Teenage Dream

Viu minha bolsa?

*Josh*
Savannah acabou por chorar até adormecer, eu estava com ela em meus braços acariciando seus cabelos, a coloquei em sua cama gentilmente, e me deitei ao seu lado.

Binoca🩶

Joalin está aqui...
Estou fechada aqui
no meu quarto
Fingindo que estou
dormindo...
E vc? Como está?

Péssimo. David assediou a
Savannah, parece que no
fundo a culpa é minha.
Ela está muito mal, e
eu não sei o que fazer

E eu te enchendo com
meus problemas fúteis.
Você já falou com a escola?
Ou com o pai dela?

O problema de falar
com o pai dela, é que
ele vai querer levá-la
Vou esperar ela acordar,
provavelmente vamos falar
com a escola e ver o que é melhor.

Parei de responder Sabina, eu não sabia o que fazer, por mim, eu resolveria sozinho, mas, teria que seguir da maneira certa. Eu não sabia se eu ligava na escola, ou falava pessoalmente, o problema é que eles não me levariam tão a sério por ser aluno. Eu só precisava tirá-la de perto do filho da puta.

Obviamente que eu o denunciaria, Savannah querendo ou não. Pensar nele me dava um ódio gigantesco, e pensar que eu assisti cada etapa da manipulação que ele fez com ela me deixava enojado. David conseguiu jogá-la contra todos os amigos e pessoas que se importavam com ela.

Fiquei ali, olhando para o teto apenas pensando, quantas outras alunas não sofreram com isso? Algumas provavelmente não tiveram apoio algum, tiveram que lidar com tudo sozinhas.

— O que foi? - Eu falei conforme a loira levantava a cabeça do travesseiro, com os olhos inchados e muito vermelhos. - Está tudo bem? Que pergunta idiota...

Ela me olhava com seus olhos azuis sem falar nada, ela se aproximou me abraçando.

— Eu quero ir para casa.
— Como assim? Quer voltar a morar com seu pai?
— Não queria deixar você, e nossos amigos, mas eu queria deixar tudo para trás e fingir que eu nunca o conheci.
— Fugir não vai apagar o que ele fez com você. Se for isso mesmo que você quer, eu te levo para a casa do seu pai amanhã, mas antes, precisamos falar com as autoridades, ele não pode ficar impune.
— Tudo bem...
— Quer fazer alguma coisa? Tentar tirar isso da cabeça? Posso até assistir uma mini série da Vih Tube...

Arranquei risadas da loira, meu pesadelo sempre foi ter que assistir aquelas coisas, e infelizmente ela amava. Ela balançou a cabeça negativamente.

— Então... - Eu falei pensando. - Podemos sair, não sei... Ir ao shopping?
— Com que dinheiro? - Ela falou zombando de mim. - Você é pobre.
— Ha! - Eu falei indignado conforme ela sorria para mim. - Sabia que eu poderia estar me agarrando com a Any, mas eu neguei para ficar com você? E é assim que me retribui?

— Não posso mentir... Precisava falar com ela, tenho que me desculpar por ter sido uma idiota, por não ter a ouvido... Você deveria valoriza-la, e muito, dificilmente uma garota se importa tanto com a irmã de seu namorado.
— Ainda não estamos namorando, mas eu vou reconquistar aquele coração.

*Any*
Nour, que chegará naquele instante, subiu dando pequenos gritinhos.

— Any! - Ela falou abrindo minha porta. - Alex que vai me levar para a faculdade amanhã! Não é incrível? Meu Deus, quem morreu?

Ela falava vendo minha cara de preocupada, enquanto encarava a tela do telefone me perguntando se eu ligava para Josh ou não.

— J coração? Está pensando em ligar para o Josh?!
— Nour, não é hora para isso, tá bom? Aconteceu algo muito sério. - Ela me dava sinais para eu contar. - Aquele professor que você falou, ele estava manipulando a Sav, fazendo ela acreditar que eles eram feitos um para o outro...
— Cruzes, ao menos nada sério aconteceu...
— Hoje, na saída, ela chegou chorando falando que ele tinha tentando tocar nela.
— O QUÊ? - Nour gritava ficando muito estressada, andando à procura de algo. - Viu minha bolsa? Liga para o Beauchamp agora, avisa ele que estou indo busca-los, vou resolver essa merda agora.

— Nour, as coisas não se resolvem do seu jeito. Duvido que Savannah vá querer sair de casa.
— Então você fica em casa com ela, eu vou matar aquele homem. - Eu levantei uma sobrancelha para a garota. - Com argumentos, Any. Anda, levanta daí.

Fiz o que a garota me pediu, levantei e a ajudei a procurar pela bolsa, ela pegou uma bolsa com uma pequena alça e enfiou embaixo do ombro, pegou a chave do carro de nossa mãe e me puxou.

Mandei mensagem para Josh avisando que passaria na casa dele, mas o mesmo não visualizou. Eu mal podia imaginar como Savannah estava se sentindo, toda aquela situação era indescritível. Pensar que era algo absurdo, mas comum, me deixava indignada.

Nour estacionou o carro em frente à porta da casa de Josh. Descemos do carro e a garota começou a tocar a campainha igual uma louca.

— Para com essa merda. - Josh falou pedindo para que Nour parasse de tocar a campainha repetidas vezes. - Ah, oi... Nour? O que eu fiz?!
— Dessa vez nada, na verdade, vim aqui falar sobre o que eu vou fazer. Nós quatro vamos para a escola agora mesmo.

— Não! Não mesmo. Savannah não quer ir para lá, e eu não vou deixá-la sozinha.
— Ótimo, Any veio exatamente para isso. Eu e você vamos lá, agora. Não vou deixar um assediador continuar a dar aulas para crianças.

Josh me olhou assustado, ele não queria ir, mas tinha medo demais de ser morto pela minha irmã. Entrei na casa e vi Sav no sofá. Josh saiu sem falar com a garota.

— Any? Chegou bem na hora...
— Hora do que?
— Em prova. Meu irmão disse que assistiria comigo, mas acho que ele saiu.
— Ele foi resolver algumas coisas junto com a Nour. Não podemos assistir alguma coisa normal? Tipo, um musical...
— Está andando muito com a Sabina! Podemos assistir POU: nunca diga nhar.
— Soa melhor... É de terror?
— Sim! É estilo aquele do ursinho Poo, cheio de morte e sangue...
— Ai meu Deus, tá bom... Vamos assistir.