Crepúsculo dos Versos: O Último Ato do Poeta

32 3 2
                                    

Quando a musa foge e o coração desfalece

Como prosseguir com versos, quando tudo é desalento

Sem motivos para alegrar, sem razões para entristecer

Num oceano de ausência, você ousaria navegar?

Este é meu último poema, um adeus em versos

De um poeta andarilho, em tom impreciso

Pois todo início, muitas vezes, é um clichê

Mas hoje o sol se ocultou, e sua chama não aqueceu a fé

O entardecer chegou, desprovido de calor

A noite se fez gélida, a lua perdeu o esplendor

As estrelas se afogaram na bruma sutil

E o vento pesado não trouxe nenhuma astúcia

A chuva não veio, o vazio se instalou

Um deserto em meu peito, um eco sem fervor

Todavia, no silêncio, ainda busco um sopro

E persisto em clamar por um fugaz devaneio

Um Poeta Sem PoesiaOnde histórias criam vida. Descubra agora