Um Poeta Sem Poesia

Marés de Saudade e Renovação

Nas ondas incertas do tempo, um amor se perdeu,
Entre abraços dourados e suspiros do céu.
A tristeza se firma nos olhos que buscam,
A chama que se apagou, deixando marcas no breu.

No peito vazio, palpita a saudade,
Das risadas sinceras e promessas de eternidade.
Uma perda tão doída, uma ferida ao coração,
Mas na memória dos dias, permanece a emoção.

Ergo-me entre as cinzas desse amor outrora tão forte,
Procuro a luz que se escondeu na tempestade da sorte.
A dor me acompanha, mas não como inimiga,
Pois é nela que encontro a força que me obriga.

A lembrança do toque, do sorriso, do cheiro,
É um fio tênue que ancora meu ser inteiro.
Palavras não ditas, gestos que se perderam,
Volto-me ao tempo, em busca do que já se foi.

Mas os sentimentos não perecem, apenas transformam,
A mágoa se dilui, numa profunda alma que acalma.
No canto do peito, a tristeza se entrelaça,
Com a esperança de um novo amor que abraça.

Porque nessa sina de amar e perder,
Eu escolho mergulhar de novo, me permitir sofrer.
Pois só assim se alcança a plenitude do amor,
Mesmo com a perda, renasço e vou em busca do esplendor.

Portanto, em memória do que foi e já não é,
Agradeço ao destino que me fez conhecer você.
A falta desse amor corta em mim como navalha,
Mas me ensina que o amor, mesmo na perda, nunca falha.