Poesia Acústica

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Se eu pudesse, com dedos de estrelas, traçar versos no céu noturno, escreveria a mais bela ode, um poema que transcende o tempo e o mundo.

Mas a tinta se esgotou, e os dedos, como velas apagadas, não acendem mais. A paleta de palavras, agora vazia, não pode expressar o que sinto por ela.

Ela, a musa dos meus sonhos, com versos mais refinados que o orvalho, rimas que dançam como folhas ao vento, cativando corações em compasso.

Na noite fria, suas palavras eram brasas, aquecendo minha alma em desalinho. Eu, poeta errante, chorava e ouvia, enquanto ela, sem palavras, me olhava.

O tempo, nesse instante, parou, e nossos mundos se entrelaçaram. Mas a coragem nos faltou, e voltamos a ser meros conhecidos.

Ao me despedir, seu beijo na testa, minhas lágrimas secaram como tinta ao sol. E ali, observando de longe, vi meu coração em pranto, poesia roubada.

A autenticidade dela, um verso perfeito, me cativou além das rimas e métricas. E no coração dela, outro poeta mora, enquanto eu, desafinado, busco tinta novamente.

Um Poeta Sem PoesiaOnde histórias criam vida. Descubra agora