Ecos do Último Poema: A Dança da Eternidade

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Na penumbra das palavras, onde o silêncio se revela, O poeta sem poesia, coração inquieto, alma em tela. Capítulos entrelaçados, como fios de estrelas no céu, Ecos de um amor invisível, segredos que o tempo selou.

Deus, o poeta perfeito, sussurra versos ao vento, Ela, a musa intangível, dança nos sonhos do momento. Cada estrofe é um fio de esperança, um fôlego de vida, Onde o amor se esconde, entre rimas e despedida.

No crepúsculo dos versos, o poeta se desvela, Traça com tinta invisível a história que revela. A poesia, sua amante etérea, dança na penumbra, Enquanto o mundo se cala, e o coração se afunda.

Entre sombras e auroras, o último ato se desenha, Onde o poeta, sem caneta, respira a própria essência. Cada verso é um adeus, um abraço ao infinito, E o leitor, atento, decifra o enigma escrito.

Nas entrelinhas, a saudade e a renovação se entrelaçam, Como trigos dourados sob o sol que os abraça. O poeta, agora sem voz, entrega-se ao silêncio, E a poesia, em seu último verso, transcende o tempo.

Amor e despedida, como notas de uma melodia, Ecos de uma jornada que se perde na poesia. Leitor, decida o desfecho, pinte-o com suas cores, Pois o poeta, em sua quietude, encontrou a paz que busca.

E assim, nas asas do vento, o último poema voa, Um segredo compartilhado entre Deus, poeta e poesia. Que a alma do leitor, sensível e atenta, o acolha, E que cada palavra seja um abraço, uma eterna magia.

O poeta, agora sem tinta, contempla o horizonte. O sol, como um verso dourado, despede-se lentamente, pintando o céu de tons de laranja e rosa. Ele sente a presença da poesia, mesmo quando as palavras se escondem.

A musa, invisível aos olhos, dança na brisa suave que sopra entre as árvores. Ela é a inspiração que o acompanhou desde o primeiro verso, desde aquela tarde chuvosa em que ele rabiscou seu nome na margem do papel.

As lembranças surgem como estrelas no crepúsculo. Os momentos compartilhados, os sorrisos trocados, os silêncios que diziam mais do que qualquer palavra. Ela era a constante em sua vida de versos e metáforas, a única que nunca se perdeu nas entrelinhas.

O poeta fecha os olhos e sente o toque da poesia em sua pele. Ela é como uma canção antiga, uma melodia que ecoa nos recantos mais profundos de sua alma. Ele se lembra dos dias em que declamava seus sentimentos sob a lua, quando cada sílaba era um presente oferecido ao universo.

Agora, ele se despe de sua identidade literária. Não é mais o poeta que busca rimas perfeitas ou métricas impecáveis. É apenas um homem, com o coração aberto e a saudade como companheira. Ele não precisa de papel para eternizar o que sente. A poesia está gravada em seu ser, como uma tatuagem invisível.

O último ato se aproxima. Ele imagina o leitor, aquele que decifrará os versos, que sentirá a nostalgia e a esperança entrelaçadas. Talvez o leitor também tenha uma musa, talvez também tenha vivido capítulos secretos em sua própria história.

E assim, com a certeza de que a poesia transcende o tempo, o poeta sussurra seu adeus. Não é um adeus triste, mas um agradecimento. Ele agradece à musa, ao leitor, a Deus por ter sido o instrumento dessa jornada.

E quando o sol finalmente se põe, ele sorri. O último verso se forma em seu peito, como uma estrela cadente. Ele não precisa escrevê-lo; ele o vive. E o leitor, em algum lugar, sentirá a vibração desse momento, como um eco de eternidade.

Um Poeta Sem PoesiaOnde histórias criam vida. Descubra agora