Versos Sem Poesia

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Às vezes, as palavras dançam em meu peito, como folhas ao vento, sem rumo certo. Sou um poeta sem tinta, um sonhador sem leito, buscando nas estrelas o verso mais esperto.

Cada poesia é um pedaço de alma, um eco do coração que bate em compasso. Mas meus versos são como um rio sem calma, sem a melodia do amor, sem o abraço.

Naveguei por mares de incertezas e desejos, vi o sol nascer e se pôr em horizontes distantes. Conquistei histórias, mas elas são apenas lampejos, pinturas efêmeras em telas de momentos vibrantes.

E agora, aqui estou, com versos vazios e sem coração, como um barco à deriva, sem estrela-guia. Mas há algo que me move, uma singular paixão, é a busca incessante por minha própria poesia.

Não importa se me afoguei em lágrimas ou risos, se vi a terra firme ou me perdi na tempestade. O que realmente importa é o que trago comigo, a centelha da criação, a chama da liberdade.

Minha poesia não será como as outras, não seguirá os traços dos poetas que vieram antes. Será única, como um beijo roubado sob a lua, um segredo sussurrado ao vento, sem amarras nem garantias.

E enquanto meus versos se entrelaçam e se perdem, vejo ao longe uma luz, uma inspiração que surge. É a verdadeira poesia, aquela que me pertence, que se esconde nos versos inacabados, nas entrelinhas.

Talvez ela esteja nas lágrimas que não chorei, ou nos sorrisos que guardei como tesouros. Talvez seja o eco de um amor que nunca vivi, ou a saudade de um lugar que nunca conheci.

Mas sei que ela está lá, como uma estrela distante, guiando-me através das noites escuras da busca. E quando finalmente a encontrar, serei completo, pois a verdadeira poesia é o que me faz existir.

Um Poeta Sem PoesiaOnde histórias criam vida. Descubra agora