No sertão nordestino, o sol arde feito brasa, E o cabra fala “arretado” com a língua afiada. Na praia carioca, o mar beija a areia fina, E o malandro diz “beleza” com ginga e alegria.
Em Minas Gerais, o “uai” é como um abraço, E o pão de queijo quentinho é um pedaço do espaço. No Rio Grande do Sul, o chimarrão é companhia, E o gaúcho solta o “bah” com toda a energia.
Na terra da garoa, São Paulo é um turbilhão, E o “mó” e o “bagulho” fazem parte da canção. No Recife, o frevo corre nas veias da cidade, E o “oxente” e o “maracatu” são pura felicidade.
Na Amazônia, o boto cor-de-rosa encanta, E o “mano” e o “parada” são a língua que levanta. Em Lisboa, o fado chora saudade no falar, E o “fixe” e o “gajo” são como pérolas no ar.
Assim, entre sotaques e gírias, a língua se desenha, Cada voz é um verso, uma dança, uma linha. E na diversidade, encontramos a riqueza, Pois a língua é um rio que flui com destreza.
Então, vamos celebrar a variação linguística, Com riso nos lábios e poesia na vista. Sotaques e gírias, um mosaico de encanto, A língua é nossa casa, nosso canto.
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Um Poeta Sem Poesia
PoetryEste livro é uma reflexão sobre a dualidade da existência do artista, explorando a beleza e a esperança que podem ser encontradas na ausência e no silêncio. Ele celebra a arte que emerge das profundezas do vazio, lembrando ao poeta que cada respiraç...