Em um rincão de palavras, o poeta solitário, Com sua pena em punho, buscava o verso necessário. A poesia, sua musa, dançava no ar, Mas o aniversário chegava, e ele não queria celebrar.
“Por que festejar?”, indagou o poeta aflito, “Se a vida é um verso torto, um enigma infinito? As rimas se escondem, os sonetos se esvaem, E o tempo, impiedoso, nossos versos desfaz.”
O poema, sussurrando, respondeu com ternura: “Poeta, tua jornada é a busca da candura. Cada estrofe que escreves é um pedaço de alma, E mesmo na tristeza, há beleza e calma.”
Os versos, em coro, ecoaram no vento: “Somos teus companheiros, teu riso e lamento. Na métrica do tempo, tecemos a saudade, E em cada estrofe, há amor e eternidade.”
A poesia, dançando, envolveu o poeta em abraço: “Teu aniversário é a celebração do espaço Que ocupas no mundo, nas entrelinhas do viver, E mesmo na dor, há razão para agradecer.”
E o poeta, emocionado, deixou as lágrimas fluírem, Pois viu que, nos versos, o amor nunca se extinguiria. Assim, no dia de seu nascimento, chorou de alegria, Sentindo-se amado, abraçado pela própria poesia.
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Um Poeta Sem Poesia
PoesíaEste livro é uma reflexão sobre a dualidade da existência do artista, explorando a beleza e a esperança que podem ser encontradas na ausência e no silêncio. Ele celebra a arte que emerge das profundezas do vazio, lembrando ao poeta que cada respiraç...