Poeta de Lata

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Em um mundo desbotado, onde os versos se esvaem,
Um poeta de lata, em silêncio, clama pelo que é seu.
Sem calor no peito, sem batidas para contar,
Anseia por um sopro de vida, mas receia se entregar.

Na quietude de sua mente, onde a lógica reina soberana,
Falta-lhe a bravura, o estrondo da fera.
Espantalho ao vento, sonhos dispersos pelo ar,
Um coração de lata, pelo tempo a se marcar.

Por que a dor do corte já não me faz estremecer?
Será que o vazio me moldou, me fez esquecer?
Balas de misericórdia, ou talvez de salvação,
Permaneço o poeta de lata, almejando uma paixão.

A poesia se ocultou, mas a esperança persiste,
Nas sombras da dúvida, minha melodia existe.
E o coração, embora de lata, teima em vibrar,
Na jornada silente, sua redenção almeja encontrar.

Um Poeta Sem PoesiaOnde histórias criam vida. Descubra agora