Reflexões de um Poeta Imperfeito

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No caminho da poesia, vaguei perdido,
Crendo ser o verso mestre, o som ouvido.
Mas na busca pela rima perfeita, esqueci,
Que poeta para tua alma, nunca fui, nem aqui.

Amor, dizem, é o porto seguro, o abrigo,
Suporta tempestades, não conhece inimigo.
Mas ao partir, deixaste um vazio, um eco,
E meus versos se tornaram mero boneco.

Chorei sem saber, lágrimas de tinta e dor,
O papel, testemunha do meu desamor.
Sorria com os lábios, mas o olhar, vazio,
No coração do poema, já não havia brio.

Estendi a mão, mas em desespero, apertei,
Teu espaço, teu ar, sem querer, eu roubei.
Brigas e desencontros, nosso amor desfez,
E na poesia que escreves, encontro tua tez.

Desculpa-me por não ser o poeta que precisavas,
Imperfeito, tropecei nas próprias palavras.
Agora, outro poeta te ensina a voar,
E eu, aprendiz, só posso observar.

Ele te mostra o que meus olhos não viam,
No espelho da tua alma, onde eu me perdia.
Não sei se outro amor meu coração conhecerá,
Mas por ti, sempre uma prece elevará.

Desejo-te felicidade, mesmo longe de mim,
Que tua poesia encontre um novo jardim.
Abre teu coração, deixa a ajuda chegar,
Ninguém sozinho pode o mundo enfrentar.

E assim, sigo poeta, andarilho com destino,
Nos versos que deixo, um amor peregrino.
Talvez nunca leias estas linhas de confissão,
Mas nelas deixo meu último e sincero perdão.

No silêncio que resta, frio e profundo,
Busco calor na escuridão do mundo.
E se no zero absoluto nos encontramos,
Que na poesia, enfim, nos perdoamos.

Um Poeta Sem PoesiaOnde histórias criam vida. Descubra agora