Ecos de uma Musa Ausente

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Ah, minha doce musa, outrora fonte de júbilo,
Agora te tornaste a algema que me prende.
O que era diversão, agora é só tormento,
E a alegria que trazias, em frustração se rende.

Mas poeta, não vês? Foi tua mão que me criou,
Nas notas de tua canção, meu ser se entrelaçou.
Quanto tempo levará, pergunto-me também,
Até que teus versos não mais me contenham?

As noites são gélidas sem o calor de tua voz,
As canções que me aqueciam, agora são atroz.
Tuas manias, teus hábitos, teu falar,
Em mim ecoam, e de ti não posso me separar.

É o reflexo de tua alma que em mim encontraste,
Um pedaço de ti que em minhas palavras gravaste.
Não podes fugir, pois sou o belo que restou,
A essência tua que em mim sempre morou.

Então leva contigo o que de ti em mim ficou,
Parte, e desta vez, nada de ti deixes para trás.
Que a solidão seja o preço por ter amado tanto,
E que o silêncio preencha o espaço do teu canto.

Um Poeta Sem PoesiaOnde histórias criam vida. Descubra agora