𝐀𝐍𝐀 𝐅𝐋𝐀́𝐕𝐈𝐀.
𝗉𝗈𝗂𝗇𝗍 𝗈𝖿 𝗏𝗂𝖾𝗐'
_________________________________— Aqui faz muito frio? — Pergunto deitada e, surpreendentemente sem sono.
Ouço Mioto se ajeitar no colchão antes de responder:
— É...mas no verão é bem quente. As estações aqui são bem definidas. — Ele diz com sua voz mais rouca do que o normal, acho que é sono.
Ergo o cobertor até o peito, olhando para o teto.
— Sério? Então você mora aqui desde que nasceu?
— Não, eu vim para cá quando tinha três anos. — Ele diz.
— Ah, e seus pais eram de onde? — Pergunto.
— Por quê está fazendo todas essas perguntas, hein? — Ele diz, meio irritado
Me repreendo internamente por ter ultrapassado todos os limites e me intrometer na vida dos outros. Porém, depois de alguns segundos, ele diz:
— Não conheci meus pais.
Sinto uma pontada de culpa no peito, torcendo para que eu jamais tenha dito aquilo na minha vida. Devo ter o machucado ainda mais.
Logo inclino minha cabeça para baixo, onde ele está deitado.
— Desculpa. — Peço e ele dá uma risadinha abafada, colocando seu dedo indicador em meu rosto.
Ele desliza seu dedo pela minha bochecha, causando mil estalinhos de fogos de artifício dentro do meu peito.
— Não protesto, já que acabei de falar uma grande merda.
— Tudo bem, rosa. Você não sabia. – Ele sorri.
Devolvo-lhe outro sorrisinho e me viro, meio anestesiada com seu toque em meu rosto.
— Mas a família do Murilo me acolheu, então nunca me faltou nada, eles me fizeram muito feliz. — Ele diz.
Nossa. É incrível como você pode conhecer um pouco da pessoa e de sua história de uma hora para outra. Em um minuto, eu estou gritando com um desconhecido numa festa, e no outro, torço para que não tenha o ferido com minhas palavras.
— Mas eles?
— Não. Eu acho. Eu só nunca vi eles. Passei uma parte da minha infância e adolescência em um orfanato. — Diz ele.
Não posso nem imaginar como deve ser a vida quando se mora em um asilo.
— Nossa...sinto muito. — Falo tentando ser compreensiva, mesmo que nunca tenha passado por algo assim.
— E você? Onde estão seus pais? — Ele pergunta apoiando seu cotovelo no colchão e o rosto na mão.
— Estão fora do Brasil, na verdade. Eles estão ocupados demais com o trabalho. – Falo sentindo um leve incômodo ao acrescentar que eles sempre foram presentes na minha vida com exceção agora pois os pais do Mioto nunca foram, ele nem os conheceu.
— Ah. — Ele diz afundando o rosto no travesseiro
( . . . )
Pego no sono e horas depois, quando eu acordo, sinto algo quente embaixo de mim. Como acho que é o cobertor, me contorço entre ele para ficar mais quentinha. Mas logo percebo que o que eu estou em cima não é um cobertor. É algo duro, musculoso.
Abro os olhos. Quando percebo que estou em cima do Gustavo, com a cabeça escorada em seu peito. Me movo imediatamente, sentando em seu colchão e esfregando os olhos, desacreditada.
Ele começa a rir...simplesmente começa a rir.
Olho para a situação desacreditada. Como diabos eu vim parar aqui? Em um momento, estava em cima da cama, e no outro, de repente vim parar em cima dele.
— Você estava acordado? — Dou um tapa nele, não muito forte, mas o suficiente para parecer ameaçador.
O olho com raiva enquanto o mesmo ainda ria.
— Qual é rosa? Vai me dizer que o meu colo não é um dos melhores lugares para se dormir? — Ele diz erguendo uma sobrancelha e estampando um sorriso radicalmente sexy e convencido no rosto.
Ignoro qualquer resposta que comprove que eu gostei de acordar em seu colo.
— Otário... — Me levanto, indo em direção ao banheiro.
Prendo meu cabelo desengrenhado em um coque, pego minha sacola de roupas e ando em direção à cozinha, onde Murilo e Gabi estão conversando.
— Dormiu bem? — Gabi me pergunta, dando- me um abraço.
— Não. — Respondo.
— Traduzindo, foi um dos melhores sonos dela. — Mioto aparece na cozinha, mexendo em seus cabelos bagunçados.
Ele está com uma bermuda preta meio caída, mostrando um pedacinho delicioso de sua cinturinha.
Viro a cabeça fazendo uma careta, para não pensar que dormir em cima daquela tentação foi bom.
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𝗶𝘁'𝘀 𝘆𝗼𝘂 | 𝗆𝗂𝗈𝗍𝖾𝗅𝖺.
Fanfiction▌╰╮𝐈𝐓'𝐒 𝐘𝐎𝐔• # !! a miotela fanfiction~ #* > © ! + ~l 𝗽𝗿𝗼𝗻𝗴𝘀𝘀𝘁𝘆𝗹𝗲𝘀 𝗼𝗻𝗱𝗲 a palavra "apaixonada" sempre esteve riscada do dicionário de ana flávia castela, ela nunca acreditou totalmente na possibilidade de se apaixonar - nem mes...