Quando acordo, Gustavo não está mais no sofá. Então me levanto e dobro os cobertores, indo até o banheiro escovar os dentes e voltando para deixá-los no armário de Gustavo.
Vou até o quarto dele e, quando abro a porta, vejo Natasha se aproximando de Gustavo a poucos centímetros e, quando chega perto, bem perto do rosto dele, ela gruda os lábios e estende a mão para colocar em sua bochecha.
Sinto todo o meu sangue começar a ficar drenado. Minha cabeça começa a girar conforme processo o que está acontecendo na minha frente. Lágrimas começam a surgir em meus olhos e eu preciso de esforço para respirar, para não tornar a sensação maçante ainda maior no meu peito.
Tenho certeza de que estou com a boca aberta e, quando Gustavo se solta dela, ele olha para mim, no mesmo instante que várias lágrimas começam a descer na minha bochecha.
Um milhão de perguntas começam a surgir na minha cabeça.
Como ele deixou ela fazer isso com ele? Por que é que o Gustavo não impediu o beijo? Ou, merda, ele nem sequer se afastou de vez rapidamente. Ele não sabia o que ia acontecer?
Meu rosto está quente, fervilhando de raiva e decepção.
Natasha acaba de beijar ele, e ele não fez absolutamente nada, como se quisesse provar o gosto ridículo da boca dela.
Quando ele começa a caminhar na minha direção, Natasha se vira com uma cara vitoriosa. Mas antes que ele venha até mim, eu me afasto e bato a porta bem na cara dele.
Pego todas as minhas coisas com pressa, e quando coloco a mão na maçaneta da porta, sinto sua mão quente tocar meu braço.
Me desvencilho de seu toque na hora.
— Rosa...
— QUÊ PORRA DE ROSA EU SOU PRA VOCÊ AGORA? — Eu grito, simplesmente explodo na cara dele, controlando o turbilhão de sentimentos negativos e confusos dentro de mim.
