Depois que a aula acaba, todo mundo se levanta para trocar de sala.
— Que aula você vai ter agora? — Pergunto à Ana.
— Geografia. — Ela dá um sorrisinho.
Balanço a cabeça, confirmando que entendi.
– Certo. Tchau, rosa. — Eu a provoco, lançando um beijinho no ar.
Ela revira os olhos e morde os lábios, andando em direção a sua próxima aula. Fico a observando até ela virar o corredor, pensando em como poderia beijá-la na frente do corredor inteirinho, só para dizer que ela é minha.
Infelizmente, isso fica para os meus sonhos.
— Gustavo! — Ouço a voz de Murilo atrás de mim, correndo para me alcançar.
— Eai? — Digo batendo nossas mãos de qualquer jeito.
— Vai na festa da piscina na quinta? — Ele me pergunta, enquanto andamos até a sala de aula.
— Não sei, vocês vão ir?
— Eu e a Gabi vamos. O pessoal também vai, eu acho. — Ele diz, se referindo a Foganoli, Luan e o restante.
— Parece que a escola toda vai, né?
— Talvez. Acho que uma grande parte. — Ele responde, enquanto entramos na sala. — Você podia ir. Terão várias gatas lá, sabe... — Ele diz, tentando me convencer.
Normalmente, depois desse argumento, eu aceitaria na hora.
— Sei, mas...sei lá, parece que não estou afim dessas coisas no momento. — Eu falo.
Murilo se senta na cadeira e arregala os olhos na minha direção.
— É você mesmo? Gustavo Mioto? — Ele me belisca. — O que a Ana Flávia está fazendo com você, hein?
– Quem disse que é ela?
— Não sou idiota. Depois que você conheceu ela, só faltou botar a língua para fora e pegar o osso que ela jogar. Além do mais, acha que eu não vi você todo irritadinho quando a gente disse que ela não era para você?
— Nada haver, Murilo. Cala a boca vai.
— Cara, eu só estou dizendo a verdade. Você está olhando para o próprio cachorrinho da Gabriela. Quando admitir para si mesmo que está caidinho por ela, é melhor parar com essa postura de pegador...porque pegar outras garotas não vai fazer você esquecer ela.
— Eu não estou... — Tento argumentar algo, mas não consigo.
É como se Ana Flávia tivesse aparecido na minha vida para abalar a estrutura dela.
Murilo começa a rir.
— Sei lá, talvez eu esteja. Mas isso definitivamente não é problema seu.
— Eu sabia que chegaria a sua hora. Que orgulho...meu brotherzinho, todo apaixonado. — Ele diz com uma voz melosa, e eu o lanço o dedo do meio.
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