Respiro fundo ao deixar Nicolas na casa dos meus pais. Eu precisava de um tempo para raciocinar tudo que estava acontecendo ultimamente.
Gustavo tinha que vir para cá? E ainda por cima, tinha que me reconhecer? Não sei se foi exatamente isso que aconteceu, mas de alguma forma, ele está gostando de mim da mesma forma que antes.
Será que, em um mundo onde nós existimos, vamos sempre ser como imãs?
Eu odeio a forma como ele me faz sentir perto dele, tão sentimental apesar de tudo que aconteceu.
Eu fui embora naquele dia jurando que nunca mais iria sentir ou pensar nele, mas cá estou eu, pensando na imagem de seu rosto agora mesmo.
Eu sofri tanto por causa dele, devia ser porque nunca havia amado tanto alguém, e não tinha noção do que era perder uma pessoa na qual eu realmente amava.
Chega. Eu preciso ter um tempo sem pensar nele. Talvez eu pudesse sair, eu não sei. Não saio faz um tempo, e sinto falta dos funks do Brasil.
Abro a porta de casa e entro, mandando uma mensagem para Giana. Ela por si, não responde.
Fiquei ali, pensando nele, e no quão feliz estou de vê-lo de novo, de ver que ele está se dando bem, sendo feliz apesar de tudo. Quando vejo, lágrimas ardem meus olhos sem parar. Devem ser de felicidade ou da incapacidade de eu ser feliz com ele novamente.
Quando olho na barra de notificações do meu celular, Giana me respondeu: "Vamos em uma boate perto daqui, vou levar uma amiga minha."
Eu confirmo mandando um emoji, e depois respiro fundo, antes de passar cabide por cabide do meu guarda-roupa. Quando encontro uma roupa confortável, nego sua aparência. Talvez eu devesse ir bem produzida.
Talvez eu pudesse esquecer dele por um momento nessa festa. Mas eu não ia esquecê-lo ficando com outra pessoa. Além de ser uma coisa que eu nunca faria com ele, sei muito bem que no fundo, eu ainda o amo. Então nem ousaria fazer isso.
