Capítulo 15

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(Manoela)

- Tem certeza que está bom assim?

Pego mais um travesseiro e o arrumo encostado na cabeceira atrás do Arthur, que me olha com um sorriso divertido. Desde que foi liberado do hospital, tenho tentado fazer tudo por ele em casa, mesmo quando sua teimosia não deixa. Todo esse pesadelo, só me fez ficar mais apegada ao meu delegado e quero aproveitar cada segundo em sua presença.

- Está tudo perfeito, menina linda. - ele bate no espaço ao lado dele na cama - Agora vem aqui deitar comigo.

Me aproximo e o abraço com cuidado, só para ele bufar irritado e me trazer mais perto do corpo dele, me apertando com seu braço forte. Já faz mais de uma semana que ele praticamente forçou o médico a lhe dar alta do hospital, e desde então praticamente me mudei para cá. Não que o Arthur esteja reclamando, ele mesmo mandou uma equipe de mudança até a minha casa para pegar a grande maioria das minhas coisas.

- Só quero fazer tudo para te deixar mais confortável. - Arthur beija o topo da minha cabeça e o sinto cheirar meus cabelos.

- Desde que você esteja aqui, tudo sempre estará perfeito. Ainda mais agora, que finalmente tenho você só para mim.

Rio da forma rabugenta que ele fala, porque os últimos dias foram bem difíceis para o Arthur. A recuperação dele tem sido perfeita, o que realmente o deixou nervoso foi sua família ao redor o tempo todo. Ele tem reclamado desde que chegamos em casa que eu tenho sido monopolizada por todo mundo, que ele nunca consegue me ter sozinha.

Depois de quase uma semana aqui, a família dele finalmente teve que ir embora por conta dos compromissos em São Paulo, mas os pais dele prometeram voltar o quanto antes. O que só preocupou o meu delegado. Eu amei conhecer a família Sánchez, e me senti imediatamente acolhida por eles, mas confesso que também estava ansiosa para finalmente ficar sozinha com o Arthur.

- Você fala assim, mas sei bem que adorou estar com todos eles essa última semana.

Viro minha cabeça para cima para o encarar e o vejo revirar os olhos.

- Gostei, e teria gostado mais se eles me deixassem ficar com a minha menina. Sempre tinha alguém em cima de você, minha família pode ser um pouco sufocante às vezes.

- Seu tio parecia bem contrariado em você não querer ir para São Paulo. Não entendo porque não quis ir, você não vai ficar de licença da delegacia por um tempo?

O tio dele até mesmo conversou comigo sobre isso, disse que seria uma ótima maneira de me introduzir na família e que o Arthur teria sua recuperação perto de todos que o amam. Não vi motivos para não irmos, mas quando tentei trazer o assunto quando estávamos sozinhos, Arthur nem mesmo me deixou começar a falar.

Ele me encara por uns segundos até respirar fundo e responder.

- Com a minha família, se eu me deixar ser controlado, eles tomam conta de cada aspecto da minha vida. - ele me beija suavemente antes de continuar - Eu os amo, mas a única pessoa que pode controlar a minha vida é você.

Sinto meus lábios formarem um sorriso para o que ele disse, e posso parecer boba, mas adoro a forma que ele tem tanta certeza sobre nós. Me deixa cada dia mais segura do nosso futuro.

- Entendi, - faço desenhos em seu peito nu com o meu dedo enquanto me preparo para abordar um assunto que já evitamos demais - já que estamos sozinhos, talvez seja a hora de termos aquela conversa.

- Estava pensando quantos minutos iria demorar para você perguntar isso agora que estamos sozinhos.

Dou uma risadinha baixa, mas continuo o encarando com expectativa. Ele não vai conseguir me dobrar e escapar disso novamente. Desde aquele dia no hospital não quis perguntar mais nada porque não achei que era o momento ideal. Arthur ainda estava bem debilitado e, com sua família por perto, não me pareceu certo. Porém, agora que estamos sozinhos, quero que ele cumpra o que me prometeu. Não posso ser sempre a última a saber.

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