Capítulo 7

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(Arthur)

Assisto sua expressão passar de perplexa para indignada, e sinto vontade de rir abertamente mas sei que não é a melhor reação no momento. Minha menina pode ser bem estouradinha quando quer, e não quero mais brigar. Sei que ela está irritada com minha persistência em que ela diga as palavras que eu quero ouvir, mas depois de tudo que ela me disse ontem, preciso que ela pelo menos tome a iniciativa nisso. Não que eu me importe se ela aceita ou não ser minha, ela já é de qualquer jeito, mas percebi que é importante para ela ter a ideia de independência, que ela tem as rédeas da vida dela. Ela não tem, mas posso deixar ela achar que sim se isso vai fazê-la feliz.

- Sabe, eu achei que você tinha até voltado a me ignorar.

Fico confuso com sua afirmação e antes que eu possa perguntar porque ela pensaria uma merda dessas, ela me surpreende novamente.

- Você nem me mandou mensagem ou me ligou depois de ontem. Um homem que realmente gosta de uma mulher teria ligado no dia seguinte. - baixinho como se me contasse um segredo ela completa - Ainda mais depois do que você fez comigo.

Ah, então é isso. Minha linda menina está carente depois de ontem. Ótimo, é minha intenção que ela me queira cada vez mais, mas no momento eu quero que ela tenha segurança em mim. Eu preciso que ela esqueça as merdas que aconteceram antes entre a gente, quero que ela viva o aqui e o agora comigo. Quero que ela comece a acreditar que somos realmente um fato consumado, e que não tem outra possibilidade além de ficarmos juntos.

- Eu não sou um homem que gosta de uma mulher, Manu. Eu sou um homem que é apaixonado, obcecado, completamente louco por você. Só não tentei entrar em contato com você assim que acordei porque você me pediu um tempo ontem para pensar, lembra? - vejo quando ela fica encabulada por me cobrar mesmo depois de pedir um tempo longe de mim - Estava tentando te dar um espaço, mas claramente não consegui já que nem passei do almoço antes de já vir correndo aqui te ver.

- Eu não sei mais o que eu quero. - Manu suspira e por um momento desvia o olhar antes de voltar a me encarar - Minhas emoções estão uma bagunça depois de ontem, e eu quero você, Arthur. Mas a forma como você conduziu as coisas me deixa muito puta, e não acho justo você conseguir me ter quando quer, quando eu mesma tive que esperar.

- Querida, você realmente acha que para mim foi fácil? Eu sofri muito mais que você, pode ter certeza. Eu soube que você era minha desde o primeiro minuto que te vi, e ainda assim tive que te ver de longe vivendo sua vida sem poder te reivindicar como minha. - respiro fundo tentando pensar em uma maneira de passarmos logo por isso e finalmente poder ter minha mulher comigo - Essa sua indecisão é sua forma de me punir por ter te feito esperar?

Manu arregala seus olhos e vejo que acertei em cheio. Subestimei como minha menina poderia ser vingativa, mas foda-se se isso não a deixa mais gostosa ainda.

- Talvez. - ela cerra seus olhos tentando me intimidar - Se você pode me punir como fez ontem, acho que eu também posso.

- Você não entendeu ainda que não estamos em uma democracia, querida? - a encaro sério mas não consigo segurar o sorriso que surge nos meus lábios - Se é seu jeito de me castigar, eu vou aceitar. Mas por um tempo, não queira chegar no meu limite ou eu posso pegar o que eu quero a força.

- O que isso quer dizer? Está me ameaçando?

- Não, minha bravinha. Estou te avisando. Agora me fala, quais são seus planos hoje? Quando cheguei aqui vi sua amiga saindo sem você, vai ficar em casa o dia todo?

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