Capítulo 29

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(Manoela)

Acordo com uma deliciosa dor no meu corpo. Lembrando da noite anterior, não consigo evitar meu sorriso, mesmo no meu estado entre o sono e o despertar. Arthur realmente mostrou como sentiu minha falta ontem, e amei cada segundo disso. Não sei como consegui ser forte o bastante para passar esses dias longe dele, mas se minha recepção for sempre essa, posso de tempos em tempos ficar uns dias no meu irmão.

Tento me espreguiçar, mas meu braço direito não sobe, parecendo estar preso a algo. Abro meus olhos e vejo Arthur deitado ao meu lado me olhando intensamente com sua cabeça escorada por sua mão. Ele levanta sua mão esquerda e balança seu pulso com a algema sorrindo. De repente me lembro que meu marido é completamente louco.

A algema foi totalmente uma surpresa, mas não me incomodou. Por mim, ficaria presa a ele para sempre.

- Bom dia, - sorrio e me aproximo dando um selinho rápido na sua boca - achei que tinha tirado a algema.

Praticamente desmaiei depois de horas do meu marido usar meu corpo das formas mais deliciosas possíveis. Antes de entrar no meu coma induzido por sexo, senti ele abrir a algema e minha mão cair languidamente na cama. Claro que ele não iria me soltar, deveria saber melhor do que isso.

- Acho que pode ser uma nova tradição nossa. - ele se senta na cama me puxando para seu colo e colando nossos corpos nus - Senti tanta saudade.

Sua voz parece instável, e seu olhar é um tanto desesperado. Coloco minha mão livre na bochecha dele, e ele naturalmente se aproxima do meu toque. Pela primeira vez sinto dor na consciência por ter ficado esses dias longe. Na minha raiva não pensei em como seria para ele ficar sozinho, sei que se fosse o contrário eu surtaria. Teoricamente Arthur é quem queria me mandar para São Paulo, mas ainda assim, uma coisa é ele me mandar para a casa dos pais, outra sou eu me esconder no Heitor e ficar incomunicável.

Sinto meu coração se apertar ao vê-lo tão angustiado, não era minha intenção.

- Não vou a lugar nenhum, amor.

Falo o consolando sem querer continuar tocando na tecla que tudo foi culpa da cabeça dura dele, porque para mim já resolvemos. Não quero ficar lembrando toda hora do que aconteceu, mas conheço o meu marido. Ele não vai conseguir esquecer tão cedo. Não conseguir chegar até mim é um pesadelo para ele. Mesmo quando eu ainda não sabia da sua obsessão por mim, ele tinha como me alcançar a todos os momentos. Então, tenho certeza que meu delegado não vai superar isso tão rapidamente.

Seu peito sobe com uma respiração profunda, e me dando um meio sorriso, alcança uma pequena chave na mesa de cabeceira e abre a algema liberando nossos pulsos. Não me oponho nem um pouco a ele me algemar na nossa cama todas as noites, mas por diversão e não por ele ter medo. Porque não vou a lugar nenhum enquanto ele cumprir com sua promessa, mas vou aceitar qualquer coisa que o faça se sentir seguro.

- Tenho que te alimentar.

É o único aviso que ele dá antes de me pegar no colo e nos levar pelados pela casa. Dou um gritinho e ele sorri largamente, feliz. Também senti tanta saudade desse homem louco.

Ele me senta na ilha, e o mármore frio me faz dar um pulinho de susto me fazendo rir. Arthur começa a abrir os armários tirando tudo e qualquer coisa para o café, e a cada dois segundos olha para mim, como se estivesse esperando que eu sumisse do nada.

- Não é muito higiênico você fazer nosso café perto de uma mulher nua. - falo rindo.

- Por mim seria ideal sua boceta deliciosa ser o tempero de todas as minhas refeições. - ele rosna pegando várias coisas da geladeira - O que você quer comer, menina linda?

MeuOnde histórias criam vida. Descubra agora