(Arthur)
Chego na delegacia nas primeiras horas da manhã, exausto e com a minha paciência no limite. Esses últimos dias tem sido uma merda de provação, e nem mesmo com meu primo aqui estamos dando conta do problema que temos que resolver. Desde que voltei do Rio, a única coisa que tenho conseguido fazer é trabalhar incessantemente para descobrir quem é o filho da puta louco o bastante para estar roubando da minha família. Minha menina tem sido incrivelmente negligenciada por mim, e isso me deixa mais puto ainda. Estou indo jantar todos os dias com ela, para a grande irritação do Heitor, mas do mais, só conseguimos falar por mensagens ou quando consigo ter pequenos momentos com ela durante o dia.
A esse ponto já queria ela dormindo todas as noites na minha cama, ao meu lado. Apenas duas coisas estão me impedindo de ter isso, a primeira é até justa. Quero me casar com ela antes dela finalmente ser toda minha, e por uma questão de camaradagem, tenho que esperar o casamento do Heitor e da Luísa passar. O segundo motivo é o que está tirando a minha paz, enquanto eu não descobrir quem está por trás das últimas cargas roubadas eu simplesmente não posso deixar minha guarda baixa. Estou passando quase todas as noites nos complexos, investigando com o Thomás que merda está acontecendo, então não é inteligente levar a minha menina para casa só para deixá-la sozinha.
Tudo tem estado em cima de mim, o trabalho da delegacia não pára só porque os negócios da minha família estão precisando mais da minha atenção. Hoje até mesmo pedi ao meu tio para mandar o Thiago também para Angra, para a alegria dos gêmeos eles vão se reunir, e assim quem sabe com os dois nós conseguimos descobrir de onde está vindo essa traição indesculpável. Roubo é punível com morte, e não vejo a hora de descobrir quem é esse fodido. Por causa dele estou perdendo um tempo precioso com a minha linda menina, e vou fazer questão de eu mesmo finalizá-lo.
- Delegado, você está lembrando da contribuição que faremos em uma investigação com a delegacia de Rio das Ostras? - um dos meus cabos entra no meu escritório e respiro fundo para começar essa merda de dia.
- Estou, avisa lá que até o fim da tarde vou mandar um relatório por email. - me sento na minha cadeira e vejo que tenho duas chamadas não atendidas do meu pai - Pede para não me interromperem antes da reunião, quero ficar sozinho.
Quando escuto a porta do meu escritório bater, ligo para meu pai e ele atende no segundo toque com uma voz irritada.
- Oi, pai. O que você manda?
- Arthur, como você e seu primo ainda não descobriram quem está roubando a nossa mercadoria? Porra, filho, isso já tinha que ter sido tratado. Quanto mais o tempo passa, mais somos vistos como fracos e vulneráveis.
Coloco meus dedos na minha testa e massageio onde uma enxaqueca já está começando a se formar.
- Pai, o que você acha que tenho feito aqui? Brincado de polícia enquanto não faço merda nenhuma? Eu e Thomás estamos investigando e tomando todas as providências para evitar um futuro roubo, mas até agora não conseguimos nada.
- Isso é inaceitável, Arthur.
Me irrita pra caralho como ele me trata como um funcionário incompetente, enquanto tudo que faço é em favor da família e dos nossos objetivos. Porra, se fosse uma opção ser incompetente eu estaria atrás da Manu, e não aqui trabalhando nessa delegacia de merda e passando as minhas noites investigando qualquer erro nos complexos.
- Olha, pai, se você não está satisfeito com o trabalho que estou fazendo, pode me tirar dessa parte da operação e colocar os gêmeos ou o Marcelo no comando. Não vou ficar ouvindo você me encher o saco a essa hora da manhã por um problema que tem tido minha total atenção desde que o descobri.

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Meu
RomanceDesde a primeira vez que a viu, Arthur soube que Manoela era a sua escolhida. Depois de anos sendo avisado por seu pai que isso um dia aconteceria, Arthur finalmente conheceu a mulher da vida dele. Só tem um problema, ela é a irmã mais nova de um gr...