Capítulo 2

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Letícia

Depois de mais três horas ouvindo o professor seguimos para a área da piscina, tentei de todas as maneiras argumentar que eu preferia ficar fora da piscina anotando, mas não teve jeito, os demais estavam empolgados, muitas meninas não estavam de maiô e sim de biquíni exibindo seus corpos perfeitos, sem chamar atenção, retirei rapidamente a blusa e legging, ajeitei tudo em cima da minha mochila, e entrei rapidamente na piscina.

Agradecendo o fato de ninguém reparar, procurei uma parte onde a água ficaria na altura dos meus seios e prendi meus cabelos o mais alto que consegui, mesmo sabendo que vai molhar.

Daniel Santos é especialista em esportes aquáticos e instrutor de Power Pool, uma hidroginástica mais puxada, a alegria que ele transmite é contagiante, impossível não sorrir enquanto praticamos os exercícios, as músicas são ritmadas e animadas, os exercícios pré coreografados com nove ou dez músicas sempre conhecidas, cada uma tem a função de trabalhar uma área diferente do corpo, após cinquenta minutos a aula é encerrada.

Quando fomos liberados, esperei parte dos alunos saírem, aproveitei a distração mais uma vez para sair rápido pela escada, segui as pressas para pegar minha toalha, enrolei em volta do meu corpo e quando fui pegar minhas coisas estreitei os olhos ao ver um pequeno post it amarelo sobre minhas roupas.

Você é linda.

Olhei para os lados procurando por Jefinho, com certeza isso é coisa dele. Sorri olhando para o pequeno papel, eu sabia que meu rosto estava vermelho e ao invés de jogar fora, coloquei por dentro do meu caderno. Como estávamos liberados, peguei tudo, fui correndo para o banheiro tomar um banho e assim esperar meu amigo aparecer.

***

- Obrigada pelo recadinho. - Jeferson me olhou com a testa franzida. - Não se faça de desentendida. - Debochei.

- Ingeriu tóxico? - Dei um tapa leve em seu ombro. - Estou falando sério, do que você está falando.

- Eu sei que foi você que deixou o recado em cima das minhas coisas.

- Lê sério, não fui eu. - Eu sabia que pelo seu tom de voz ele não estava mentindo.

Olhei para meu amigo sentindo minhas bochechas queimando.

- Deixaram um post it em cima das minhas coisas, juro que eu achei que fosse você, chegando no hotel vou jogar fora.

- O que dizia?

- Você é linda. - Baixou a gazela saltitante nesse homem de quase um metro de oitenta de puro músculo no meio da rua.

- Não vai jogar fora coisa nenhuma, vai deixar colado na testa se for necessário.

- Não força. - Revirei os olhos.

- Um dia você vai se enxergar da mesma forma que eu te vejo, agora vamos porque eu morrendo de fome e temos que descansar para o show de mais tarde.

Passamos o resto da tarde compartilhando o que aprendemos no curso, óbvio que Jefinho não perdia a oportunidade de falar sobre o pequeno recado. Enquanto meu amigo tirava um cochilo, aproveitei e liguei para minha avó, ficamos alguns minutos conversando, eu sentia que ela estava feliz por eu estar começando a realizar meus sonhos.

Quando desligamos aproveitei para dormir um pouco, iríamos sair por volta das dez da noite, então teria tempo suficiente.

- Não te trouxe para ficar dormindo. - Puxei o lençol tapando meu rosto. - Pode levantar, seu cabelo uma merda e você não vai sair assim.

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