Capítulo 27

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Matheus

Eu sabia que minha mãe iria aprontar, mas não imaginei que eu fosse amar tanto pois é a oportunidade perfeita para enfim me acertar com Letícia.

- Meu filho ela é linda. - Sorri da minha mãe.

Estava observando ela subindo a rua com o pessoal.

- Ela é, sempre foi. - Senti seu braço passando pelo meu.

- Eu vi você com ela, a bichinha está nervosa. - Virei meu rosto para encontrar seu olhar sereno. - Tente a deixar calma, afinal é um fim de semana de festa. - Sorri.

Mas estar ao lado daquela mulher faz com que meu autocontrole suma.
Letícia é toda perfeita. Seu corpo, sua personalidade, seu sorriso, sua inteligência, tudo. Cada coisa sobre ela é linda. Como alguém pode ser tão graciosa? Ela é única dentre todas que eu já conheci desde a morte de Beth. Ainda sinto o gosto da sua pele e a forma que se arrepiou quando meus lábios a tocaram delicadamente.

Sorri abotoando minha camisa quando lembro do gemido involuntário que ela soltou baixinho. Estava terminando de me ajeitar enquanto ouvia as risadas e confusão no quarto ao lado.

- Pai? - Virei e foi impossível não se emocionar.

Michele estava linda, Milena entrou em seguida e também estava perfeita. Fiquei admirando minha filhas com um sorriso enquanto as duas se aproximaram.

- Vocês estão lindas. - Milena ajeitou a gola da camisa que eu usava. - Não estou pronto para perder minhas princesas. - Senti uma lágrima escorrer e fui abraçado pelas duas ao mesmo tempo.

- Você nunca vai nos perder pai. - Me afastei ao ouvir a voz de Milena.

Fui até minha mala e peguei uma caixinha, Milena sabia o que era, já Michele me olhou sem entender.

- Perder a mãe de vocês foi um baque, me vi sozinho com duas crianças pequenas, eu teria todos os motivos para ter enlouquecido ou coisa pior.

Me aproximei das minhas filhas.

- Mas superei e hoje tenho na memórias só as lindas lembranças da mulher que me deu o melhor dos presentes. - As duas estavam chorando. - Meses depois que ela se foi, eu passei horas olhando para nossas alianças, não queria vender, então veio uma ideia.

Abri a caixinha, sorri quando Michele olhou para Milena que estava sorrindo.

- É igual ao seu Mih! - Exclamou sorrindo para a irmã.

- Sim, mandei fazer dois iguais, sua irmã recebeu o dela no dia que completou quinze anos também, lembra?

Tirei o delicado colar de ouro, o pingente também em ouro, um símbolo do infinito cravado de brilhantes, porém mais arredondado pois no meio há uma pequena bolinha de ouro, essa bolinha foi feita a partir das alianças do meu casamento com a mãe das meninas. Michele ajeitou os cabelos para que eu pudesse colocar, quando fiz minha filha me abraçou tão forte que eu achei que fosse quebrar ao meio.

- Nunca se esqueça que eu te amo filha. - Sussurrei - A vida é feita de momentos bons e ruins mas nunca esqueça que você é forte e corajosa.

Michele se afastou e com cuidado sequei suas lágrimas.

- Faça o seu melhor sempre princesa, a vida não é esperar a tempestade passar e sim aprender a dançar na chuva. - Beijei sua testa. - Eu não te dei o presente da vida, a vida meu deu o presente que é você.

- Eu te amo tanto pai. - Sorri emocionado e a abracei as duas ao mesmo tempo.

- Michele. - Nos afastamos ao ouvir a voz de Letícia.

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