Letícia
Os olhos de Matheus estavam passando a confiança que eu precisava nesse momento, mas as palavras de Fernanda voltam e eu olho na direção do portão.
- Letícia. - Apertou minha mão que estava gelada. - Fernanda não controla minha vida, ela não manda nessa academia sozinha, e o que eu decido fazer não é e nunca foi da conta dela.
- Eu não quero te prejudicar. - Fechei meus olhos quando ele encostou seus lábios na minha testa.
- Não vai. - Suspirei e me afastei. - Vamos conversar em outro lugar, eu te levo, não vou permitir que você pegue a moto e saia por aí nesse estado. Troque de roupa, vou guardar sua moto aqui e te levo para casa, pode ser?
- Pode. - Ele sorriu e meu coração disparou.
- E se quiser conversar, estarei aqui para ouvir, se não quiser eu sei ser paciente e posso esperar. - Sorri.
- Vai na frente, depois eu vou. - Negou segurando minha mão.
- Vamos juntos.
Seguimos e agradeci por não ter ninguém desse lado, Matheus pediu a chave da moto e enquanto eu tomei banho ele foi procurar meu amigo, quando terminei encontrei Jeferson no corredor vindo ao meu encontro.
- Pedi a Matheus para esperar eu chegar. - Me abraçou forte.
- Não vou fugir. - Respondi.
- Não acredito em você. - Fechei meus olhos. - Converse com ele diva, apenas converse sem medo.
- Prometo tentar. - Ele suspira.
Segui ao seu lado, Jeferson beijou meu rosto e seguiu para trabalhar, agradeci por não encontrar Fernanda, mas sabia que ela estava na academia pois conseguia ouvir sua voz. Ao chegar na recepção, Pati me olhou sorrindo.
- Senta aqui. - Apontou para um pequeno puff que estava ao lado da cadeira que ela fica sentada. - Matheus pediu para ficar de olho em você. - Sorri sem graça percebendo que Matheus comentou algo com ela.
Evitei sentar pois tenho medo de Fernanda aparecer, então apoiei os braços no balcão e Pati começou a falar sobre o aniversário de Michele que estava chegando.
- Vamos? - Matheus saiu do pequeno escritório segurando uma mochila, sorri pois ele estava usando um boné para trás.
Não tive coragem de olhar para Pati mas sabia que ela estava sorrindo, sai ao lado de Matheus, meu corpo arrepiou quando ele segurou minha mão sem se importar com quem entrava e saía da academia.
- A chave da moto deixei com Jeferson.
Matheus parou ao lado do seu carro um BMW iX1 prata. Com um sorriso abriu a porta para que eu pudesse entrar, colocou as coisas no banco de trás antes de assumir a direção.
Observei ele apertando o painel e Engenheiros do Havaí começou a tocar, estávamos em silêncio, mas nada desconfortável. Volta e meia ele me olhava com um sorriso e isso estava me acalmando enquanto pensava se deveria contar tudo e depois ver Matheus ir embora.Essa parte seria dolorosa.
Ele dirigia sem pressa enquanto batia os dedos no volante cantarolando suave até que a playlist tocou a maldita música, o arrepio percorreu todo meu corpo enquanto eu olhava para o painel do carro.
- Tira essa música. - Pedi tentando controlar minha respiração. - Tira essa música Matheus.
Vi sua mão apertar a tela do painel repetidas vezes, mas não conseguia ver com clareza por conta das lágrimas. Sua mão procurou a minha e me surpreendi quando ele levou aos lábios beijando devagar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Ligados pelo acaso
RomanceEm uma viagem ao lado do seu melhor amigo, Letícia Alves teve uma noite incrível com um homem onde compartilhou seus sonhos e segredos mais íntimos, mas ela nunca soube de fato quem ele era. Ela só não esperava que o destino pregasse uma armadilha...