Capítulo 10

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Matheus

A manhã estava agradável, estamos no outono, e eu amo essa época do ano aqui, porque com a diminuição no movimento de turistas, o trânsito flui melhor, as lindas praias ganham espaço de sobra e as atividades de lazer e esportivas convidam a explorar cantinhos escondidos e encantadores.

- Vamos garoto. - Sorri olhando para Bruce que me acompanhava na corrida pelo calçadão.

Hoje meus dois alunos desmarcaram a aula, fiquei um tempo na academia resolvendo algumas pendências e depois resolvi correr um pouco. Tinha tempo que não fazia isso.

- Bruce, você está ficando velho. - Parei e abri o porta água que tem na guia.

Estávamos perto de um quiosque, comprei uma água de coco e uma água mineral natural. Depois de acertar o valor, caminhei até um banco livre, prendi a guia no banco e enchi a vasilha de água.

- Pronto garotão. - Coloquei a vasilha no chão e enquanto ele bebia, me alonguei um pouco. - Vamos na academia? - Perguntei e ele latiu. - Negativo! O senhor vai ficar no campo. - Fiz um carinho na sua cabeça.

Seguimos para o carro, abri a porta e Bruce entrou no banco de trás, quando entrei, peguei a toalha de rosto que trouxe e passei no rosto e cabelos. Liguei o som do carro e segui tranquilo para a academia.

- Admita que seu dono tem um ótimo gosto musical.

Olhei para meu cachorro deitado no banco de trás enquanto batia os dedos no volante ouvindo a voz de Renato Russo. Meu celular notificou, peguei rapidamente e vi que era uma mensagem de Michele relembrando que eu vou busca-la hoje.

Vinte minutos depois, estava estacionando na porta da academia, pelo horário a sala de musculação não está cheia, prendi Bruce na guia e entrei.

- Pati o portão do campo está aberto? - A recepcionista me olhou sorrindo.

- Não. - Abriu a gaveta e retirou o molho de chaves. - Ei, Bruce. - Sorri que ele latiu.

Bruce é tranquilo, só precisa gastar energia que tem de sobra, meu cachorro é da raça Pitsky, uma mistura entre duas raças, e Bruce saiu puxando mais a raça da mãe, uma husky siberiano. Depois de pegar as chaves, dei a volta e entrei pelo portão que dá acesso ao campo de futebol socite.

- Vou deixar sua água ali, por favor, se comporte. - Tirei a guia e Bruce saiu correndo pelo campo.

Ajeitei sua água, olhei em direção do portão para confirmar que eu havia trancado, e voltei pelo portão que dava acesso para a academia pela piscina. Passei pela área do aquecedor, e no corredor pude ver pela janela a piscina cheia e Maurício dando aula.

O horário era das crianças de seis a oito anos, fiquei uns minutos observando, Maurício é um excelente professor, tanto as crianças como os adultos o adoram e admiram demais seu trabalho. Ele me viu e sorriu acenado, retribuí e segui para a sala de musculação.

Quando passei pela porta sorri ao ouvir a risada de Jeferson, não podemos negar que quando ele está por aqui a alegria é contagiante.

Inferno, olhar para ele é lembrar de Letícia. Às vezes me pergunto se fiz bem em concordar com isso.

- Meu patrão, preciso me comportar. - Disse para sua aluna.

Não era horário dele ficar responsável pela musculação então como os demais professores, aproveitavam para atender seus alunos particulares.

- Você não está no horário de serviço. - Brinquei sorrindo. - Animado para a confraternização da turma amanhã?

Consegui convencer Fernanda a fazer algo na minha casa amanhã para os funcionários, estamos com uma equipe maravilhosa e precisamos agradecer.

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