Capítulo 16

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Letícia

Eu sentia ele empurrando os quadris penetrando minha boca com força diversas vezes, fazendo a saliva escorrer pelo meu queixo, seguida pelas lágrimas que já mancham a maquiagem dos meus olhos.

- Você me excita pra caralho.

Ele aperta minha cabeça com suas mãos imundas e fode minha boca sem piedade. Eu tentava me afastar mas em vão, ele é forte, e eu não sou ninguém.

- Você vai tomar tudo, ouviu? - Rosnou apertando meus cabelos com violência.

Minhas lágrimas aumentam a medida que a dor e ânsia me consomem, quando olho para cima encontro o sorriso não daquele homem que matei, mas o pai do meu aluno.

- Não. - Acordei ofegante e com o corpo tremendo.

A porta do meu quarto foi aberta e Jeferson entrou assustado, meu grito foi suficiente para o acordar. Não trocamos uma palavra, rapidamente ele sentou do meu lado e me abraçou.

- Está tudo bem. - Sussurrou me apertando. - Quer conversar?

Eu não tive a oportunidade de conversar com ele hoje, quando cheguei me tranquei no quarto e não o vi chegar.

- O que aconteceu? - Suspirei. - Lê eu que pedi a Milena e Michele para te chamar, você não é de demorar quando a aula termina. - As lágrimas começaram a se formar em meus olhos.

- Um pai ontem se comportou de forma estranha na piscina. - Minha voz saiu em um sussurro.

- Estranho como Letícia? - Jeferson me encarou com os olhos estreitos.

- Ele ficou se esfregando. - Meu amigo solta um palavrão e levanta.

- Você precisa falar para Matheus ou Fernanda. - Me assustei.

- Não, ficou louco? Não posso fazer isso, as vezes é coisa da minha cabeça.

- Sério isso Letícia? - Ele estava com as mãos apoiadas na cintura.

- Eu não posso perder esse emprego. - Meus olhos estavam nos dele. - Às vezes eu estou vendo coisa onde não tem.

Jeferson suspirou e sentou ao meu lado outra vez, eu o abracei e fechei meus olhos.

- Promete que se acontecer outra vez você vai falar? - Fico em silêncio. - Letícia, responda.

- Prometo. - Me afasto e ele seca minhas lágrimas.

- Quer dormir comigo? - Concordo com um sorriso e sigo para seu quarto.

Na manhã seguinte eu acordei melhor, minha aula foi incrível, na verdade essa turma é incrível e me ajuda a esquecer minhas dores. Enquanto eu desligava o aparelho de som, meu celular notificou.

Era Milena.

Passo na sua casa meio dia.
Beijo

Sorri respondendo e quando estava saindo da sala ouvi Mariah me chamando.

- Letícia.

- Ei. - Ela sorriu e apoiou sua mão em meu braço enquanto caminhamos pelo corredor.

- Eu queria fazer musculação, o que acha?

- Eu acho maravilhoso. Jeferson pode te ajudar, ele é incrível. - Ela deu dois tapinhas em meu braço com uma carinha engraçada.

- Eu pensei em você. - Parei e Mariah me olhou. - Você poderia ajudar essa vovó a ficar gostosa? - Sorri alto e ela me acompanhou.

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