Capítulo 29 - Jae

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Eu sei que a Taehee é importante para o Doyoung, assim como o Daesun é para mim, mas não consigo pensar em uma forma de concertar o que aconteceu hoje na escola. Doyoung foi pra casa depois da aula, e eu vim com Daesun pra casa da Taeha, mas não consigo focar no que eles estão falando.

Taehee está no quarto enquanto estamos na sala dela, com Minji, Johnny e Jungwoo, mas a irmã dela disse que ela chegou chorando e não queria conversar. As duas nunca se deram muito bem, e mesmo assim Taeha falou que acabaria com a raça de qualquer cara que partisse o coração de sua irmãzinha. Acho que esse cara sou eu? Ou é o Doyoung?

Não sei de muita coisa nesse momento. Mas isso me faz pensar no que Daesun faria no lugar dela. Acho que ele não choraria...

— A garota gostava de você — diz Minji baixinho, sentando ao meu lado no sofá que estou. — E era melhor amiga dele. Ok. É realmente complicado. O que você vai fazer?

Balanço a cabeça de um lado para o outro.

— O que eu deveria fazer, Minji? — Jogo a cabeça para trás, realmente frustrado e sentindo meus ombros tensos. — Eu não quero que ele fique triste.

— Oh, isso é meio fofo. — Ela sorri e eu a observo sem levantar o pescoço do encosto. Estou enfrentando uma crise que pode acabar com o meu relacionamento e ela acha algo em tudo isso fofo. — O quê? Nunca vi você se preocupar tanto com alguém.

— Você é minha amiga há algumas semanas só.

— Aí, isso dói, Jaehyun. Mesmo quando éramos... como você chama? Colegas. Nunca vi você preocupado com ninguém, muito menos apaixonado. Oh, como você é quando está apaixonado? Você está?

— Você está apaixonada pelo Johnny?

Ela revira os olhos, sabendo que a peguei.

— Quem está apaixonado por quem? — Daesun senta ao lado dela e eu levanto do encosto num pulo. Ele me lança um olhar suspeito, mas volta sua atenção para Minji.

— Aparentemente nunca saberemos. — Minji sorri de leve, parecendo desconfortável com o rosto de Daesun tão perto do seu. Eu a entendo, porque ele sempre conversa assim e é intimidador quando você tem um segredo.

— Nah, nunca diga nunca, Minji. Eu acho que sei de alguém.

— Quem? — pergunto, suando um pouco frio. Minji bate o cotovelo na minha lateral, mas não olha para mim.

— Logo, logo eu vou confirmar. — Seu sorriso convencido parece um pouco psicótico também. — Quem topa ir até a cachoeira?

— Mas, está quase de noite, Daesun — Taeha diz, olhando o pôr do sol através da janela da sua casa marmorizada.

— Podemos levar lanternas — sugere Jungwoo.

— Eu topo, parece divertido — diz Johnny, levantando do outro sofá. — Minji?

— Eu vou. — Ela olha para mim, assim como Daesun. Eu posso ouvir seus pensamentos "você precisa de uma pausa de tudo isso" e "vai ser divertido".

Não sei que outra opção eu tenho, então assinto e eles todos vão atrás do sótão da Taeha procurar coisas. Não seriam eles se não estivessem sempre fazendo coisas perigosas e estúpidas.

A irmã de Taeha ouve a comoção e sai do quarto com olhos inchados, porém bem melhor do que estava quando a vi na escola. Ela olha ao redor, confusa, até que sua irmã a vê.

— Pegue uma toalha e uma lanterna, Hee. — Taeha passa por ela saltitante. — Vamos nos divertir um pouco. Jungwoo, pegou o som?

— Sim!

— Perfeito. Daesun, você está indo com o Jaehyun? O carro está cheio.

— Com certeza — ele diz, sorrindo, com um braço ao redor do meu pescoço. — Empolgado, Jae?

— Não muito.

— Por quê? — Seu rosto parece realmente preocupado quando eu hesito.

— Dae, é por minha culpa que a irmã dela está chorando — sussurro discretamente.

— Ah, quem pode culpá-la. — Ele dá de ombros. — Qualquer um gostaria de você. Mas é melhor assim, deixe ela sofrer. Melhor do que ficar gostando de um cara gay o resto do ano. Minji sabe disso, não é? Que você é gay.

— Sabe.

— Ela também estava interessada? — ele me provoca.

— Não. — Empurro ele, segurando o riso. — Nem todo mundo gosta de mim, ok.

— Cara, desde o ano retrasado você tem pegado praticamente todos os atletas que se diziam hétero. Dois caras saíram do armário depois de ficar com você e quantos se declararam pra você?

— Não importa... — murmuro.

— Quantos? Eu não ouvi você.

— Cinco — digo mais alto. — Daesun, para com isso. Isso foi no ano passado. — Não comento que as tais declarações eram sempre com a condição de mantermos segredo de qualquer outra pessoa, porque os assumidos só queriam o teste.

— Eu não sei como você ainda fica surpreso que mais alguém goste de você, amigo. — Ele aperta seu braço ao redor do meu ombro, sorrindo. — Quer dizer, é o lance do bad boy. Olhe só essa sua tatuagem e a jaqueta, a moto lá fora e o olhar frio. Todo monossilábico. Hm, isso é excitante pra caralho. — Ele geme, me provocando.

— Foda-se você, idiota. — Empurro ele para longe de mim e ele continua rindo.

— Pegue seu capacete, vamos nos divertir um pouco

Blame » dojaeOnde histórias criam vida. Descubra agora