Eu sei que a Taehee é importante para o Doyoung, assim como o Daesun é para mim, mas não consigo pensar em uma forma de concertar o que aconteceu hoje na escola. Doyoung foi pra casa depois da aula, e eu vim com Daesun pra casa da Taeha, mas não consigo focar no que eles estão falando.
Taehee está no quarto enquanto estamos na sala dela, com Minji, Johnny e Jungwoo, mas a irmã dela disse que ela chegou chorando e não queria conversar. As duas nunca se deram muito bem, e mesmo assim Taeha falou que acabaria com a raça de qualquer cara que partisse o coração de sua irmãzinha. Acho que esse cara sou eu? Ou é o Doyoung?
Não sei de muita coisa nesse momento. Mas isso me faz pensar no que Daesun faria no lugar dela. Acho que ele não choraria...
— A garota gostava de você — diz Minji baixinho, sentando ao meu lado no sofá que estou. — E era melhor amiga dele. Ok. É realmente complicado. O que você vai fazer?
Balanço a cabeça de um lado para o outro.
— O que eu deveria fazer, Minji? — Jogo a cabeça para trás, realmente frustrado e sentindo meus ombros tensos. — Eu não quero que ele fique triste.
— Oh, isso é meio fofo. — Ela sorri e eu a observo sem levantar o pescoço do encosto. Estou enfrentando uma crise que pode acabar com o meu relacionamento e ela acha algo em tudo isso fofo. — O quê? Nunca vi você se preocupar tanto com alguém.
— Você é minha amiga há algumas semanas só.
— Aí, isso dói, Jaehyun. Mesmo quando éramos... como você chama? Colegas. Nunca vi você preocupado com ninguém, muito menos apaixonado. Oh, como você é quando está apaixonado? Você está?
— Você está apaixonada pelo Johnny?
Ela revira os olhos, sabendo que a peguei.
— Quem está apaixonado por quem? — Daesun senta ao lado dela e eu levanto do encosto num pulo. Ele me lança um olhar suspeito, mas volta sua atenção para Minji.
— Aparentemente nunca saberemos. — Minji sorri de leve, parecendo desconfortável com o rosto de Daesun tão perto do seu. Eu a entendo, porque ele sempre conversa assim e é intimidador quando você tem um segredo.
— Nah, nunca diga nunca, Minji. Eu acho que sei de alguém.
— Quem? — pergunto, suando um pouco frio. Minji bate o cotovelo na minha lateral, mas não olha para mim.
— Logo, logo eu vou confirmar. — Seu sorriso convencido parece um pouco psicótico também. — Quem topa ir até a cachoeira?
— Mas, está quase de noite, Daesun — Taeha diz, olhando o pôr do sol através da janela da sua casa marmorizada.
— Podemos levar lanternas — sugere Jungwoo.
— Eu topo, parece divertido — diz Johnny, levantando do outro sofá. — Minji?
— Eu vou. — Ela olha para mim, assim como Daesun. Eu posso ouvir seus pensamentos "você precisa de uma pausa de tudo isso" e "vai ser divertido".
Não sei que outra opção eu tenho, então assinto e eles todos vão atrás do sótão da Taeha procurar coisas. Não seriam eles se não estivessem sempre fazendo coisas perigosas e estúpidas.
A irmã de Taeha ouve a comoção e sai do quarto com olhos inchados, porém bem melhor do que estava quando a vi na escola. Ela olha ao redor, confusa, até que sua irmã a vê.
— Pegue uma toalha e uma lanterna, Hee. — Taeha passa por ela saltitante. — Vamos nos divertir um pouco. Jungwoo, pegou o som?
— Sim!
— Perfeito. Daesun, você está indo com o Jaehyun? O carro está cheio.
— Com certeza — ele diz, sorrindo, com um braço ao redor do meu pescoço. — Empolgado, Jae?
— Não muito.
— Por quê? — Seu rosto parece realmente preocupado quando eu hesito.
— Dae, é por minha culpa que a irmã dela está chorando — sussurro discretamente.
— Ah, quem pode culpá-la. — Ele dá de ombros. — Qualquer um gostaria de você. Mas é melhor assim, deixe ela sofrer. Melhor do que ficar gostando de um cara gay o resto do ano. Minji sabe disso, não é? Que você é gay.
— Sabe.
— Ela também estava interessada? — ele me provoca.
— Não. — Empurro ele, segurando o riso. — Nem todo mundo gosta de mim, ok.
— Cara, desde o ano retrasado você tem pegado praticamente todos os atletas que se diziam hétero. Dois caras saíram do armário depois de ficar com você e quantos se declararam pra você?
— Não importa... — murmuro.
— Quantos? Eu não ouvi você.
— Cinco — digo mais alto. — Daesun, para com isso. Isso foi no ano passado. — Não comento que as tais declarações eram sempre com a condição de mantermos segredo de qualquer outra pessoa, porque os assumidos só queriam o teste.
— Eu não sei como você ainda fica surpreso que mais alguém goste de você, amigo. — Ele aperta seu braço ao redor do meu ombro, sorrindo. — Quer dizer, é o lance do bad boy. Olhe só essa sua tatuagem e a jaqueta, a moto lá fora e o olhar frio. Todo monossilábico. Hm, isso é excitante pra caralho. — Ele geme, me provocando.
— Foda-se você, idiota. — Empurro ele para longe de mim e ele continua rindo.
— Pegue seu capacete, vamos nos divertir um pouco
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Blame » dojae
FanfictionApós as férias, Doyoung retorna para o último semestre de aulas antes do seu último ano e precisa enfrentar as consequências de um acidente que mudou, talvez para sempre, a dinâmica da sua família e ele mesmo. Mas além disso, precisa enfrentar a últ...