Capítulo 18 - Dy

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Para onde Taeha está levando eles?

Não, não estou olhando para nenhum deles. Acho que Jaehyun deixou bem claro o que quer de mim. Nada além de sexo? Acho que sim. Acho que só temos um lance físico.

Por que ele iria querer sair comigo, não é?

Eu disse para ele vir me ver, mas ele preferiu vir festejar com seus amigos como sempre fazem, não importa quantas vezes essas festas acabem mal.

Taeyong dá um sorrisinho para mim, mas eu não tenho força para fingir.

Dói pensar que ele só me usou. Agora ele vai começar a me ignorar? Fui muito ingênuo. Ele nem precisou fazer muita coisa para me convencer a ficar com ele na casa dele no fim de semana. Não ganhei nenhuma garantia, nenhuma promessa, nenhuma confissão de que ele gostasse de mim. Foi aquilo e só?

Não vou atrás dele como um perseguidor que não entendeu o recado. Eu vim para a festa porque Taeyong insistiu. Ele disse que Hee e eu precisávamos fazer as pazes. Mas nem ela me quer aqui.

Olho para ela, se mordendo de ciúme da menina com Jaehyun. Ela fica falando da outra menina como se ela estivesse se atirando nele, quando é óbvio que os dois estão nisso juntos. Eu vi a forma como estavam rindo, um encostado no outro, ela se aproximando para falar no ouvido dele. Jaehyun deve estar amando a atenção.

Taehee ignora o cara mais velho que parece interessado nela e bebe a bebida dele ao invés do refrigerante que seus irmão deixaram para nós.

— Hoje era minha chance! — ela choraminga, muito triste e chateada. Seu rosto está vermelho e ela parece um pouco bêbada já, o que me faz pensar que ela não pegou só essa bebida escondida. — Mas aquela garota tinha que grudar nele!

— Taehee, shhh — murmura Taeyong, segurando ela.

— Ela precisa beber um pouco de água e deitar — diz um cara mais velho, perto de Taeyong. Ele parece preocupado, diferente de seus amigos rindo dela, e veste roupas de grife como metade dos amigos dos irmãos da Taehee. Não me impressiona em nada que ele tenha dinheiro, mas fico meio chocado quando pisca para mim assim que Taeyong puxa Taehee com ele. — Qual o seu nome?

— Doyoung. — Olho para onde meus amigos estão se afastando, um pouco desconfortável em ficar sozinho.

— Acho que você precisa limpar seus óculos, Doyoung. — Ele sorri para os amigos, dando a impressão de estar se despedindo, e se aproxima até estar no alcance da minha armação para tirá-la do meu rosto. — Droga, não temos nada aqui para limpar as lentes. Vamos procurar lá dentro.

Ele passa por mim antes que eu diga alguma coisa, então eu o sigo de perto. Nós dois paramos na sala de estar porque o grupo do meu irmão está jogando o jogo da garrafa e as pessoas assistindo barram a passagem.

— Quer participar? — o cara pergunta perto do meu ouvido, me fazendo sentir um calafrio. Eu me afasto dele e olho na outra direção, encontrando Jaehyun já me olhando.

— Não. É um jogo idiota.

— Também acho — o cara diz, de novo perto do meu ouvido, e dessa vez eu não me afasto. — Tem jogos melhores do que esse.

Assinto, olhando para ele, porém ainda escuto quando Taeha é encarregada de desafiar a garota que estava com Jaehyun lá fora. Nós dois a ignoramos e passamos por uma fração de pessoas, mas eu paro quando ouço o desafio:

— Você e o Jaehyun no quarto lá de cima por sete minutos.

Sinto a vibração ao redor, as pessoas uivando de empolgação. Eu olho para trás e espero que Jaehyun não se levante, que ele arranje uma desculpa. Todo mundo sabe que jogo é esse. O que acontece nesses sete minutos entre duas pessoas trancadas juntas.

Quando ele levanta com a garota, meu coração afunda no peito. Começa a chover lá fora, e enquanto as pessoas correm para dentro, ouço outras gritando "Minji, Minji, Minji!" e fuzilo os dois de mãos dadas, brincando um com o outro no meio daquela idiotice. O amigo deles parece não achar nada engraçado também, mas ninguém diz nada enquanto os dois abrem espaço.

Jaehyun olha na minha cara quando passa por mim. Não passa de um segundo seu olhar, mas ele olha de cima a baixo e depois encara o cara ao meu lado como se quisesse me dizer alguma coisa. Eu me forço a ficar lá, olhando, fingindo que ele não acabou de estragar tudo. Fingindo que não estou magoado.

Mas isso não vai ficar assim.

Viro para o cara comigo, que nem sei o nome ainda, e seguro seu pulso.

— Pra que jogar em segredo? — digo, me aproximando dele. Ele assente e sorri antes de aproximar os centímetros restantes entre nós, e nós dois nos beijamos na sala de estar da Lee Taeha. Não um selinho, um beijo profundo, com pegada e passada de mão, porque eu quero que ele veja. Eu quero que seja algo sobre o que todo mundo vai falar na escola e que não vai deixar o Jaehyun esquecer desse momento. Ele não vai esquecer o que perdeu.

E daí que ele me fez pensar que gostava de mim? Ele não sabe disso.

Eu deveria saber melhor que era isso o que eu acabaria tendo que fazer caso aceitasse ele naquele dia. No fim das contas, ele não mudou nada. Continua sendo o mesmo idiota que anda com meu irmão e coloca ideias perigosas na cabeça dele. Continua sendo o mesmo idiota que deu a ideia da festa na minha casa no dia que meu irmãozinho se afogou.

Sinto meus olhos marejarem, mas não paro de beijar o estranho, porque quando fecho os olhos ainda posso fingir que é ele ali.

Blame » dojaeOnde histórias criam vida. Descubra agora