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LEANDRO

Desde que saí de casa cedo não paro de pensar no sonho que tive com Lúcio. Será que depois que morremos podemos ver quem ficou? Será que Lúcio está bravo comigo por eu desejar em Guilherme? Eu não planejei nada disso, nunca me imaginei sequer olhando pra outra pessoa que não fosse o Lúcio. Estou tão louco que chego ao estremo de desejar que Lúcio estivesse vivo só pra poder olhar em seus olhos e terminar de maneira honesta com ele, não assim.

Ele morreu e a gente estava muito bem, então eh me sinto o traindo tendo pensamentos com outro e isso está acabando comigo.

As aulas acabam e eu sigo pra saída com uns amigos, me surpreendo ao me dsparar com Guilherme me esperando na entrada da faculdade. Me despeço dos meus amigos e me aproximo dele.

_ Oi Guilherme. O que faz aqui?

_ Oi. Precisamos conversar Leandro.

Ele diz e eu só concordo com a cabeça e ele abre a porta do carro pra mim, eu entro e logo em seguida ele entra e ja arranca com o carro que é impregnado com o cheiro dsle, o perfume dele é bom demais, até suspiro pra o sentir mais a fundo.

_ Como foi o seu dia?

Ele me pergunta e eu olho pra ele.

_ Normal, o de sempre.

_ E o de sempre é bom ou ruim?

_ Guilherme, não veio até aqui pra saber sobre o meu dia. O que te trouxe aqui?

Ele me olha enquanto para num sinal.

_ Quero conversar com você sobre o te disse ontem a noite.

Eu suspiro me perguntando como sair dessa. Porque ele quer conversar sobre isso? Poderia dar a velha desculpa da amnésia alcoólica, seria menos constrangedor pra nós dois.

_ Esquece isso Guilherme. Você estava bêbado e eu levei de boa.

Ele só me olha com a sombrancelha franzida e arranca com o carro quando o sinal permite. Ficamos quietos um pouco até ele parar num drive thru, pega uns lanches e eu fico com água na boca, apenas o nervosismo não me faz atacar o lanche imediatamente. Depois paramos num desses cinemas a céu aberto e ele me fala pra abrir o pacote de lanches, logo começamos a comer.

_ Não é um encontro mas te trouxe aqui pra gente conversar, apesar de estarmos num cinema não incomodaremos ninguém e teremos privacidade.

_ Isso não vai funcionar Guilherme.

_ O que não vai funcionar? Não estou te exigindo e nem te forçando a nada, só quero que saiba dos meus sentimentos por você.

_ Você ja falou sobre eles ontem mas eu não posso te corresponder.

_ Não pode ou não quer?

_ Não é nada disso, eu só não consigo. O Lúcio era o seu melhor amigo e meu noivo. O que as pessoas irão falar?

_ O de sempre, elas sempre falam e se formos nos importar com isso estamos fodidos, deixamos de viver pra agradar terceiros.

_ Não é só isso, eu também não me sinto bem entende? Sonhei com o Lúcio essa noite e sei la... no sonho ele me disse que me ama e em seguida foi ao seu quarto.

_ E o que acha que esse sonho significa? Lúcio foi a melhor pessoa que conheci, tenho certeza que ele quer a nossa felicidade independente de como.

_ O que entendi com esse sonho é que ele me ama e não me quer com você. Acho até eu deveria procurar meu rumo, me mudar de sua casa.

_ O que?

Ele pergunta tão sentido que eu me arrependo na hora de falar desse jeito com ele.

_ Desculpa..

_ Não se desculpe Leandro, eu é que peço desculpas pelo constrangimento, eu entendi que não quer nada comigo além de amizade. Só peço que não saia la de casa, minha mãe se acostumou com você e eu também. Me sinto melhor sabendo que vocês fazem compania um ao outro, fique por favor, prometo não te incomodar mais com esse assunto.

_ Não é bem assim também.

_ Ta tudo bem Leandro. Come, vamos assistir o filme, parece bom.

Guilherme da por encerrada nossa conversa e eu sinto vontade de chorar, uma tristeza enorme e sensação de perda me invade mas decido ficar quieto. Bebo minha coca e como meu lanche que parece gostoso mas não sinto o gosto, estou comendo mecanicamente. Termino de comer e me encosto no banco tentando prestar atenção no filme mas acordo com Guilherme tirando meu tênis ja emcima de minha cama.

_ Nossa. Dormi denovo.

Digo sem graça.

_ Pra variar né? Você dorme pesado, tentei te acordar no carro e nada.

_ Filmes funcionam como sonífero pra mim.

_ Percebi.

_ Obrigado Guilherme.

_ Não por isso. Gosto de cuidar de você.

Eu sorrio com o carinho dele e me sento de pernas cruzadas na cama, ele se senta também.

_ Pensou no que te falei ou ainda está pensando em se mudar?

_ Não quero sair daqui. Enquanto eu não estiver os incomodando prefiro ficar aqui com vocês, me sinto em casa.

_ Você está em casa.

Ele diz e da um sorriso bonito que eu correspondo, depois me da um beijo na testa que recebo com um choque e me arrepio inteiro, ele se retira do quarto e acho que nem percebe o estado que me deixou. Me levanto rápido e vou ao banheiro tomar um banho, tenho que deixar esses pensamentos de lado, eu e o Guilherme não podemos ficar juntos.

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