𔓘ֹ⠀Em andamento.
- taennie, livro um.
꒰ long fic ꒱
Jennie está de luto e tem vivido como uma sombra desde o acidente que levou os seus pais.
Taehyung é o melhor amigo do seu irmão mais velho, e, quando ele concorda em levá-la para sua casa durante...
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A PARTIR DE 9 DE ABRIL, QUANDO COMEÇARAM AS FÉRIAS ESCOLARES DO PRIMEIRO trimestre, foi quando começamos a conviver de verdade. Jennie não queria entrar na água de manhã, mas, quando acordava mais cedo, caminhava até a praia e se sentava na areia com uma xícara de café nas mãos. Eu a observava de longe enquanto esperava impacientemente pela próxima onda, no silêncio que acompanha o amanhecer.
Almoçávamos juntos, sem falar muito. E depois trabalhávamos. Consegui arrumar um espaço na minha mesa de trabalho, e, enquanto eu terminava as encomendas, ela fazia a tarefa de casa e estudava em silêncio, com um cotovelo apoiado na beira da mesa e a bochecha na palma da mão. Às vezes eu me distraía com a respiração pausada ou com suas pernas se mexendo debaixo da mesa, mas no geral ficava surpreso por ver como era fácil tê-la ao meu lado.
— Posso colocar música? — ela perguntou um dia.
— Claro. Escolhe o que quiser.
Ela colocou um dos meus favoritos: Nirvana.
Depois da primeira semana de férias, já tínhamos uma rotina definida. No final da tarde, enquanto eu trabalhava um pouco mais, ela ficava um tempo sozinha no quarto, deitada na cama ou desenhando com um pedaço de carvão quase todo gasto. Saía para me ajudar com o jantar e, quando terminávamos, ficávamos um pouco na varanda.
Naquela noite, a gata apareceu.
— Ei, olha quem está aqui. — Desci da rede e acariciei as costas da gata, que respondeu com um rosnado. — É assim que eu gosto, agradecida e gentil — ironizei.
— Vou pegar alguma coisa para ela comer.
Jennie apareceu com uma lata de atum e uma tigela de água. Sentou no chão com as pernas cruzadas, estava usando um suéter de lã vermelha, velho e cheio de bolinhas, apesar de estar usando um shortinho. E ali, observando-a enquanto ela alimentava a gata, pensei... pensei que alguém deveria pintar aquela cena. Alguém que pudesse fazer isso. O momento de paz, os pés descalços, o cabelo loiro bagunçado, a cara lavada e o mar sussurrando ao longe.
Desviei o olhar e tomei um gole de chá.
— Daqui a dois dias começa o Bluesfest. E nós vamos.
Jennie levantou a cabeça e me olhou com a cara fechada.
— Eu não. Blair me convidou e eu disse que não podia ir.
— Ah, você tem algum compromisso? Alguma consulta médica? Caso contrário, pode pegar aquele telefone que está ali enchendo de pó, ligar para Blair e dizer que você se enganou. Combina com ela. Assim eu me divirto um pouco também.
— Você fala como se eu fosse um peso.
— Ninguém disse isso — respondi.
Mas talvez ela estivesse certa. Eu estava feliz com os avanços dela, mas também sentia falta de passar uma noite por aí, sem responsabilidades, sem estar cuidando de outra pessoa.