𔓘ֹ⠀Em andamento.
- taennie, livro um.
꒰ long fic ꒱
Jennie está de luto e tem vivido como uma sombra desde o acidente que levou os seus pais.
Taehyung é o melhor amigo do seu irmão mais velho, e, quando ele concorda em levá-la para sua casa durante...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
DEITADO EM CIMA DA PRANCHA, OLHEI PARA ELA. OBSERVEI COMO PEGAVA A ONDA E se movia através dela com o corpo inclinado para a frente e as pernas flexionadas, mantendo o equilíbrio enquanto se levantava pela parede de água.
Sorri quando ela caiu e nadei até lá.
— Ninguém diria que você está há um ano sem praticar.
Jennie me olhou agradecida e subiu na prancha. Ficamos em silêncio, com os olhos fixos na manhã que ia surgindo preguiçosa além do horizonte. Não tinha muitas ondas.
— Por que isso? Por que ao amanhecer?
— Surfar? É uma boa maneira de começar o dia, não?
— Acho que sim. Quando foi que começou a fazer isso?
— Não sei. Minto, sei sim. Foi por causa do seu pai. Quer ouvir?
Ela hesitou, mas acabou concordando.
— Já faz tempo. Estava um pouco decepcionado comigo mesmo… você sabe como é isso, Jennie? Aquela sensação de ter falhado com você mesmo e que, por mais que você procure, não consegue encontrar uma coisa que faça sentido. Uma tarde ele veio me visitar. Fazia pouco tempo que eu tinha comprado esta casa e, talvez você não saiba, mas eu fiz isso porque me apaixonei por ela; não, pior, me apaixonei pela ideia de tudo que imaginei que faria aqui. Mas isso... nunca aconteceu. Douglas trouxe umas cervejas e nos sentamos na varanda. Então ele me fez a pergunta que eu não queria ouvir.
— Se você tinha pintado… — ela adivinhou em um sussurro.
— Respondi que não, que eu não conseguia. Algum dia, Jennie... algum dia te explico o porquê, e talvez você se valorize ainda mais — suspirei. — Eu disse a ele o que eu sentia e Douglas entendeu, ele sempre entendia. Naquela noite ele me ajudou a colocar o cavalete em cima do armário e a guardar todas as tintas que eu tinha espalhadas pela sala. Limpei a mesa e decidi que faria outra coisa. Depois conversamos um pouco mais; sobre tudo e sobre nada, sobre a vida, bem, você sabe como era seu pai. Quando ele foi embora, fiquei a noite toda na varanda, contando estrelas, bebendo e pensando...
— Vai doer… — murmurou Jennie.
— Sim. Porque naquela noite eu entendi que não valia a pena ser infeliz. E, em algum momento, por mais que seja doloroso seguir em frente, vai acontecer com você também. Percebi que eu tinha que aproveitar cada dia. Pensei que a melhor maneira era começar fazendo o que eu mais gostava; o surfe, o mar, o sol. E depois seguiria improvisando. Mas eu agarraria o prazer, as pequenas coisas, a música, a tranquilidade; eu escolheria tudo que me preenchesse.
— Mas é que nada me preenche, Taehyung.
— Não é verdade. Muitas coisas te preenchem, mas todas estão relacionadas com o seu passado, com seus pais, e você não quer voltar lá, então você evita tudo isso, sendo que curiosamente... curiosamente você continua presa naquele momento. É irônico, já pensou nisso?
