𔓘ֹ⠀Em andamento.
- taennie, livro um.
꒰ long fic ꒱
Jennie está de luto e tem vivido como uma sombra desde o acidente que levou os seus pais.
Taehyung é o melhor amigo do seu irmão mais velho, e, quando ele concorda em levá-la para sua casa durante...
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“PRECISO SABER POR QUE VOCÊ NUNCA REPAROU EM MIM.”
As palavras se repetiram na minha cabeça durante o resto da noite. Deitado na cama, sem conseguir dormir, eu me lembrei do dia em que entrei no quarto de Jennie para esperá-la chegar porque a mãe dela tinha dito que ela não demoraria muito. Costumava passar na casa dos Jones sempre que visitava meus pais; falava com Douglas, dava risada com Rose, dava uma olhada nas últimas pinturas de Jennie.
Eu via magia nela. Tudo que nunca tive.
Lembrei de uma tarde, anos antes, quando esperei por ela sentado na cadeira em frente à sua mesa. Fiquei olhando distraído alguns desenhos espalhados entre suas tarefas da escola. Quando afastei alguns, encontrei sua agenda aberta e cheia de anotações como “Entregar o trabalho de Biologia na quarta-feira” ou “B&J amigas para sempre”. E bem ao lado, um coração vermelho com um nome no meio: “Taehyung ”.
Prendi a respiração. Pensei que seria uma coincidência; com certeza algum colega de classe tinha o mesmo nome, ou algum cantor famoso que estava na moda. A questão é que, quando ela voltou do colégio com um sorriso imenso no rosto, enterrei aquela lembrança em algum lugar perdido na minha memória e a deixei lá.
Não voltei a pensar nisso até aquela noite, quando tudo começou a mudar.
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Já tinha amanhecido quando acordei.
Abri os olhos meio desorientado. Não estava acostumado a continuar na cama com o sol brilhando alto no céu. Claro que, no geral, eu também não estava acostumado a ficar excitado ao ver uma pirralha nua, nem a dormir depois das cinco da manhã pensando no que tinha acontecido.
Sentei na cama devagar, com um suspiro.
Enquanto seguia para o banheiro, comecei a pensar em tudo que tinha que falar com ela. Ia ser complicado. Para começar, porque eu não tinha ideia do que diabo ia dizer. “Primeira proibição: nada de beijos.” Estalei a língua, bravo. “E também nada de ficar bêbada e vomitar na minha sala.” Quanto a sair do chuveiro daquele jeito, bem, eu também tinha alguns pontos a discutir com ela. As coisas iam ser diferentes, sim. E ela tinha que começar a cooperar.
Abri a porta decidido e irritado, mas, quando levantei a vista, fiquei paralisado, os olhos fixos na janela que dava para a varanda dos fundos.
Jennie estava ali fora, diante de uma tela que não era mais branca e estava cheia de marcas caóticas pretas e cinza. Cheguei mais perto da janela, como se cada traço me puxasse em direção a ela. Fiquei observando enquanto ela deslizava o pincel de um lado para o outro com a mão trêmula.
Não sei quanto tempo fiquei parado do outro lado da janela até decidir sair para a varanda. Jennie me olhou e eu mergulhei em seus olhos avermelhados; em seu medo, na vergonha, na vontade que ela estava de sair correndo.
— Aquilo de ontem à noite nunca aconteceu — falei.
— Tá bom. Sinto muito… Sinto muito mesmo.
— Você não pode sentir muito por algo que nunca aconteceu.
Agradecida, Jennie abaixou a cabeça e eu fiquei ao lado dela, com os olhos fixos na tela. Então pude ver bem o que era. Os respingos em cinza eram estrelas sobre o céu escuro, com traços que deslizavam para baixo e se curvavam nas pontas, como se a noite fosse feita de fumaça. Tudo era fumaça, na verdade. Só entendi quando vi como o desenho se enroscava nas margens laterais, como se aquela escuridão estivesse tentando escapar dos limites da tela.
— É sinistro pra caralho — disse, admirado.
— Ia… ia ser um presente — titubeou.
— Um presente?
— É, um presente de desculpas para você. Pintar.
— Você voltou a pintar por mim, Jennie?
— Não. Eu só… — O pincel tremeu em sua mão e ela tentou colocá-lo em cima do guarda-corpo de madeira, mas segurei-a pelo pulso e a impedi.
— Não quero que pare. E não por você estar arrependida por aquilo que nunca aconteceu, mas porque preciso disso, mesmo que seja só em preto e branco, não importa. Preciso daquilo que existia antes — repeti. — Ver através de você o que nunca vou encontrar em mim. Olha para mim, querida. Você está entendendo o que estou tentando te dizer?
— Sim, acho que sim.
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𖹭
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