Apaixonado pela minha melhor amiga

Ele sabia..

— Chamem uma ambulância. AGORA! — O detetive ordenou e meu pai desceu correndo, pegando meu irmão no colo.

— Pegue a Sn filho, agora! — Ele falou saindo com o Jaden, e eu, sai do transe, chorando, fui até ela.

— Tá...tudo bem pequena.., ele vai sair dessa, eu sei..que vai. — Disse, tentando segurar o choro mas era impossível, é meu irmão, sangue do meu sangue, se ele morrer..eu morro junto.

— Ele..ele sabia..ele sabia Javon.. — Ele falou, se jogando nos meus braços, com as mãos ensanguentadas, chorando desesperadamente.

— Sabia do que, pequena? — Pedi, a abraçando com força.

— Ele sabia..sabia que o Gabriel iria atirar em mim, por isso tirou o colete a prova de balas, e colocou em mim.. — Fechei os olhos com força, tentando não demonstrar o enorme medo que eu estava sentindo.

— Ele salvou sua vida, é o Jaden, pequena, ele nunca deixaria ninguém tocar em você. Ele se sacrificaria por você mil vezes, mas nunca deixaria que você se sacrificasse por ele.

— É, eu sei..e é isso que mais me dói. Obrigada Javon. — Ela disse, sorrindo com os olhos cheios de lágrimas.

— Pelo que? — Respondi, na mesma situação que ela.

— Por ter salvado minha vida também. Sei que odeia armas, mas tocou em uma, para evitar que mais alguém tivesse saído...machucado.

— Sei que faria a mesma coisa por mim, por todos nós. — Beijei sua testa e levantei, com ele no colo, saindo daquele lugar.

— Tem um carro esperando vocês para irem ao hospital. — O policial nos avisou.

Sai com ela até o carro, entramos e fomos em direção ao hospital.
Lá, fizeram alguns exames e raio x nela, cuidaram dos ferimentos e a liberaram.

— Por favor..alguém fala alguma coisa! — Ela esbravejou chorando, para as enfermeiras e eu a abracei.

— Calma..

— Como eu posso ter calma se eu não faço ideia do que tá acontecendo! Eu não sei se ele tá vivo, e se está, não sei se vai sobreviver e ninguém me fala NADA! — Ela caiu de joelhos no chão, chorando.

Jayla e minha mão estavam chegando com o Daelo, e assim que nos viram, correram, chorando, nos abraçar.

— Me desculpa..por favor tia, me perdoa..por favor.. — Ela implorou chorando, para minha mãe.

— Tá..tudo bem querida, não é culpa sua. — Ela respondeu, tentando manter a calma, embora estivesse destruída por dentro.

Elas se abraçaram, e minha irmã me olhou, com aquele olhar de quem estava implorando pra mim falar que era mentira. E eu só a abracei, negando com a cabeça.
Meu pai estava tentando acalmar Daelo, que não parava de chorar mais. Crianças sentem.
Mesmo que ninguém conte nada.

— É culpa minha. — Ela disse, enquanto mexia sem parar, no colar que ele a deu.

— Não é sua culpa Sn. — Falei.

— É sim. Ele tirou o colete para me entregar, porque sabia que aquele..desgraçado iria atirar. Foi por isso que ele ficou na minha frente o tempo todo, por isso a última coisa que ele me disse, foi..eu te amo, princesa. — Ela disse, caindo no choro, mais uma vez.

Ninguém conseguia falar nada.
Jayla chorava quietinha no seu canto, minha mãe tentava manter a calma, tentando acalmar as duas. E eu..só desejava ter chegado 5 minutos antes..5 minutos antes, e eu teria meu irmão aqui comigo.
E eu teria o meu irmão aqui, vivo, sorrindo, e com a garota que ele ama.