Nota inicial:
Olá, tem alguém por aqui? Depois de um bom tempo me estabeleci sobre a mudança, e estou tentando encontrar animo pra atualizar aqui, portanto terão muitos capítulos pois antecipei algumas coisas. Aproveitem.
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Assim que deixa o quarto, Sarocha leva ambas as mãos até a cabeça e corre os dedos entre os fios de seu cabelo castanho escuro enquanto suspira profundamente. Ela olha de um lado para o outro do corredor longo e quase vazio do hospital, não avistando seu pai, que deve estar tentando falar com sua mãe ou os pais de Nam.
Rebecca se recusou a arredar o pé do quarto até saber exatamente como Nam está, ou até vê-la abrir os olhos, então Sarocha decidiu ir sozinha procurar o lugar onde ela possa achar qualquer bebida energética, nem que seja um pouco do café horrível que servem nos hospitais.
Ela caminha pelos corredores e lê as indicações que as placas nas paredes lhe dão. Descendo as escadas, Sarocha sai do segundo andar e suspira em alívio quando finalmente avista uma máquina de café, em um lugar que parece ser a entrada do refeitório do hospital.
Concentrada em pegar dois copos descartáveis para enchê-los de café, Sarocha nem percebe alguém se aproximando dela. "Como ela está?" Uma voz logo atrás de Sarocha pergunta, e ela pula de susto, quase derramando o café.
"Que susto..." Sarocha deixa os ombros caírem em alívio quando percebe que é Tara.
Tara cruza os braços, se encosta na parede e fita os dois copos de café na mão de Sarocha, um deles certamente é para Rebecca. "Eu encontrei com seu pai quando estava subindo," A canadense permanece com os olhos fixos nos copos. "Ele me pediu para avisar que foi em casa buscar sua mãe."
"Tudo bem. Obrigada." Sarocha fica sem jeito de repente. Ela olha para Tara, que ainda está com os olhos baixos, se recusando a fitar os seus de volta. Faz um bom tempo que a canadense não lhe dirige a palavra, e Sarocha não sabe o que aconteceu para ela se afastar assim, tanto dela como das próprias amigas.
"Então... Nam." Tara diz quando vê que Sarocha esqueceu da pergunta.
"Oh, certo." Sarocha balança a cabeça um pouco para despertar de seus pensamentos. "Ela está estável. Os médicos fizeram alguns exames, agora precisamos esperar."
"E foi mesmo overdose?" Tara decide não enrolar, ela é curta e grossa no que quer saber.
"Parece que sim." Sarocha percebe a objetividade da outra, então decide também ser objetiva.
"Noey me disse que você meio que salvou a vida dela," Tara comenta ao se aproximar da máquina, pegar um copo e despejar um pouco de café dentro. "Obrigada por isso." Ela passa ao lado de Sarocha, de cabeça ainda baixa, e começa a caminhar. "Você não vem?" Tara pergunta, e alguns segundos depois, Sarocha está caminhando do seu lado.
"Na verdade, eu só liguei para a ambulância." Sarocha comenta.
"Não seja modesta." Tara murmura com os lábios já tocando a borda do copo descartável. Ela faz uma careta ao tomar um gole do café horrível. "Como você soube o que fazer?"
"Livros." Sarocha responde.
"Você realmente lê sobre tudo..." A canadense olha de relance para o lado, fitando a mão de Sarocha que segura um dos copos de café.
"Na verdade, minha mãe sempre quis ser uma enfermeira, e comprou alguns livros sobre primeiros socorros. Eu li apenas por ler, mas agora eu vejo que pode ser muito útil." Sarocha conta.
"Quem diria que ler pode salvar vidas." Tara diz seriamente, mas Sarocha acha apropriado forçar uma leve risada.
Ela desfere rápidas e discretas olhadelas na direção de Tara, que mantém os olhos fixos no corredor, com a cabeça aparentemente em outro lugar. "Eu posso te fazer uma pergunta?"
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Aquilo que se encontra quando não se está procurando.
RomanceRebecca sente que está ficando louca desde que os pensamentos começaram a consumi-la. Não gostou de perder sono, mas amou imaginar a mão de Sarocha junto da sua, e seus braços sendo capazes de envolver o corpo que é maior do que o seu. Enquanto imag...