Quando uma adolescente deixa sua curiosidade tomar conta.

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"Sabe... eu sou melhor nisso do que imaginava." Rebecca comenta, afastando um pouco o pincel para admirar seu trabalho. Ela está no futuro quarto de sua sobrinha, fazendo uma arriscada tentativa de pintar os desenhos que Joeun quer que estampem a parede da filha. "Eu deveria tentar pintar numa tela qualquer dia..." Ela comenta, voltando a se concentrar no trabalho que faz.

"Hm-hm..." Tudo o que Sarocha consegue fazer é murmurar, porque sua garganta está seca demais para ela falar. Com o cordão puxado e o pingente deslizando por sua boca aleatoriamente, ela admira a visão das costas de Rebecca. É uma manhã de domingo, e Rebecca acordou mais cedo apenas para tentar pintar, sem tomar café, sem nem ao menos se trocar. Ela ainda usa uma das blusas enormes que sempre veste para dormir, e toda vez que estica o braço para poder pintar na parte mais superior da parede, Sarocha assiste a blusa subir, revelando a calcinha e a parte do corpo de sua namorada que faz sua mente dar branco.

Rebecca termina de pintar algo que Sarocha reconhece como uma borboleta, e quando a primeira olha por cima do ombro, vê sua namorada sentada em cima do móvel que será usado para trocar fraldas. "Se Joeun ver você sentada aí ela te mata." Ela balança a cabeça e retorna para a pintura. Mais uma vez, tudo o que Sarocha faz é murmurar, ciente de que nada vai acontecer, porque assim que ela estava chegando, Mew e Joeun estavam saindo para as compras.

Sendo a primeira vez que ela visita a nova casa de Rebecca, uma semana depois da mudança, Sarocha resolveu dar uma explorada, e ficou feliz em ver que sua namorada voltou a fazer desenhos para preencher a parede do quarto.

Sarocha respira de um jeito frustrado, bem alto, sem fazer questão de ser discreta, e segue com os olhos o movimento que Rebecca faz para se curvar e colocar o pincel dentro da lata de tinta amarela. Escutando a respiração alta de sua namorada, Rebecca olha na direção dela, temendo que ela esteja entediada, e estranha o jeito que Sarocha desliza o pingente do cordão pelo lábio inferior e lhe encara de um jeito intenso, como se quisesse criar buracos em seu corpo.

Já fazem alguns dias que Sarocha começou a sentir que seu desejo por Rebecca está quase lhe fazendo perder a cabeça, indicando que ela está mais do que pronta para transar com sua namorada sem ter que cortar o clima bem no meio, como aconteceu da última vez. Porém, ela achou que seria bom, talvez até mesmo romântico, esperar uma ocasião especial, e o aniversário de namoro que está para chegar caiu como uma mão na luva. Infelizmente, Rebecca não está facilitando as coisas para Sarocha, e a pobre adolescente nem sabe disso. Sarocha sempre se pergunta como Rebecca está sendo capaz de ficar tão tranquila em relação à falta de intimidade física, mas já tem uma ideia ou outra de como sua namorada lida com isso.

Sarocha não tem uma relação muito saudável com masturbação. Depois de sua primeira tentativa, onde mal começou e foi interrompida pela mãe, ela tentou de novo, e obteve sucesso, na época em que terminou com Rebecca e sentiu que os sonhos eróticos estavam aos poucos esgotando sua sanidade, mas logo depois se sentiu mal, quase culpada. Obviamente, não é o caso de Rebecca.

Sendo cautelosa para não estragar o pequeno e delicado desenho que está fazendo, Rebecca movimenta o pincel bem devagar, mas leva um tremendo susto quando Sarocha grita de um jeito meio esganiçado. Rapidamente, Rebecca coloca o pincel dentro da lata que está no chão e se vira, testemunhando Sarocha levantar as pernas e abraça-las, um semblante horrorizado no rosto.

"O que foi!?" Rebecca se desespera, temendo que algo terrível tenha acontecido.

"O que é aquilo!?" Sarocha olha para a porta do quarto e aponta para um cãozinho que está sentado com a língua para fora.

"Um cachorro...?" Rebecca estreita os olhos enquanto se aproxima da porta. Sarocha continua abraçando as pernas enquanto assiste Rebecca se agachar na porta para acariciar o cão. "Não vai me dizer que você está com medo dele..."

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