Aquilo que se encontra quando não se está procurando.

Quando uma adolescente tem uma recaída e se arrepende.

"Sarocha! Você está sumida." Sra. Armstrong se surpreende ao abrir a porta e ver a garota. Ela imediatamente puxa Sarocha para dentro da casa e a abraça.

"Eu ando ocupada." Sarocha dá uma desculpa.

"Ah, sim... o trabalho na livraria." Sra. Armstrong comenta.

"É..." Sarocha assente e força um sorriso. "Rebecca está?"

"Na verdade, ela acabou de chegar, talvez ainda esteja no banho. Por que você não sobe e dá uma olhada?" Sra. Armstrong diz.

"Tudo bem." Sarocha assente mais uma vez.

"Eu estou quase de saída, mas volto daqui a pouco, okay?" Sra. Armstrong anuncia.

"Okay." Sarocha espera a mulher sair e fechar a porta para apenas depois fitar a escada e começar a subir os degraus lentamente.

Quando chega ao topo das escadas, Sarocha olha para o lado esquerdo do corredor, onde fica o banheiro, e vê uma brecha da porta aberta, com um pouco de vapor saindo de dentro, indicando que Rebecca já tomou banho. Ela segue na direção oposta.

Assim que alcança a porta do quarto de Rebecca, Sarocha espia pela porta levemente aberta e fica de lábios entreabertos enquanto assiste Rebecca de costas, terminando de vestir a roupa. Sarocha acha que Rebecca tem o corpo perfeito, as formas e curvas delicadas são bem complementadas pela pele macia e alva, e Sarocha tem saudades de passar sua mão pelo corpo dela, de sentir o cheiro, de provar o gosto.

Quando finalmente assiste as costas nuas de Rebecca desaparecem por baixo do tecido da blusa, Sarocha é desperta de seu transe e pisca várias vezes. Já faz semanas que ela não entra no quarto de Rebecca, semanas que não sente o cheiro dela, e sem nem mesmo ter a oportunidade de pensar, ela vê seu corpo se aproximando de onde Rebecca está e seus braços envolvendo a cintura dela por trás.

Rebecca leva um enorme susto, e rapidamente coloca as mãos nos braços que estão abraçando sua cintura enquanto vira o pescoço para olhar por cima do ombro. "Sarocha?" Ela não consegue acreditar.

Extremamente confusa, mas também feliz, Rebecca se vira de frente e tenta fazer com que Sarocha olhe em seus olhos, mas a última apenas pressiona o rosto contra seu peito e abraça sua cintura com mais força.

"Eu achei que você não queria me ver." Rebecca se lembra do recado que recebeu de Sarocha, por telefone, duas semanas atrás.

"Eu sei." Sarocha murmura contra o peito de Rebecca. "Não faça perguntas. Eu só... preciso disso." Depois de semanas exaustivas tentando encontrar alguma mínima luz que pudesse lhe dizer algo, ela não conseguiu nada. A única certeza que tem é que ficar tanto tempo longe de Rebecca está sendo sufocante, e ela precisa saber se, agora, ao ficar um tempo com Rebecca, se sentirá ainda mais sufocada, ou conseguirá respirar novamente.

Rebecca opta por apenas abraçar Sarocha de volta, e é o momento que marca a sensação de paz lhe envolvendo, totalmente, depois de semanas de raiva e tristeza. Sarocha exala e depois inala profundamente, querendo que todo o seu corpo e seus sentidos se concentrem apenas em Rebecca.

"Nós vamos ficar aqui, em pé?" Depois de longos minutos parada no mesmo lugar, abraçando Sarocha, Rebecca se lembra de que existe uma cama logo atrás delas. "Você quer... ficar na cama?"

Sarocha vira um pouco seu rosto, pressionando a lateral da cabeça no peito de Rebecca para poder fitar a cama por um breve momento. Ela permanece de cabeça baixa quando Rebecca sobe na cama e lhe puxa pelas mãos.

Já no meio da cama, prestes a se deitar, Rebecca fica surpresa quando Sarocha se senta em cima de suas coxas e entrelaça as pernas em sua cintura. Por um segundo, ela imagina o que sua mãe faria se as encontrassem assim. Sarocha ignora o enrijecimento do corpo de Rebecca e pega as mãos dela, entrelaçando os longos dedos com os seus e descansando-os no espaço quase inexistente entre seus torsos.