A existência humana é um enigma que se desdobra como um pergaminho antigo, cheio de perguntas sem respostas. Aikyo, cuja vida foi uma tapeçaria de dor e sacrifício, conhecia bem a crueldade desse ciclo interminável. Desde a infância, ela foi marcada pela tortura e manipulação, uma peça em um jogo sombrio onde seu sangue era o prêmio para maldições vorazes.
"Por que nascemos?" A pergunta ecoava em sua mente, uma melodia triste tocada em um piano desafinado. Se ela nunca tivesse respirado o ar deste mundo, sua mãe ainda estaria aqui, um farol de amor e segurança? Ou sua ausência teria salvado sua mãe da tragédia que a consumiu?
E agora, o que sua mãe pensaria dela? Seria ela vista como fraca ou como alguém que lutou com a bravura cotra a escuridão que tentava engoli-la?
Aikyo se perguntava qual era o verdadeiro significado de sua existência, uma questão que a assombrava como um fantasma persistente. Ser tratada com indiferença, sentir o medo constante que a acompanhava como uma sombra — essas eram as realidades cruéis que ela enfrentava a cada momento de sua vida. Não importava o quão alto ela construísse seu nome, o quão inabalável ela parecesse, a dúvida persistia como uma névoa densa.
Ela se ergueu acima das expectativas, mostrando uma força que poucos possuíam, mas ainda assim, os olhares d desconfiança a seguiam, como se ela fosse uma equação complexa que ninguém conseguia resolver.
A busca por aceitação e compreensão era uma batalha que ela travava silenciosamente, desejando que um dia, aqueles ao seu redor pudessem ver além da superfície, além do manto de mistério que a envolvia. Ela ansiava pelo dia em que a confiança brilharia em seus olhos, e a indiferença seria substituída por um reconhecimento de sua verdadeira essência.
Aikyo carregava em si uma marca indelével, uma sina que a colocava na encruzilhada entre maldições, humanos e feiticeiros. Não era um ato ou uma escolha que a havia condenado, mas o simples fato de sua existência. Nascer já era, em si, sua maldição - uma verdade que a assombrava mais do que qualquer espectro.
As palavras daquela entidade desconhecida reverberavam em sua mente, uma litania que questionava a essência de seu ser. "Qual é o meu verdadeiro propósito?" A pergunta era um abismo que a atraía, prometendo respostas que talvez ela nunca estivesse pronta para ouvir.
Ela se sentia uma marionete nas mãos de titereiros invisíveis, figuras de alto escalão que puxavam as cordas com uma indiferença calculista. A liberdade era uma ilusão, uma miragem no deserto de sua realidade. Por que ela se sentia tão aprisionada, tão enredada em teias de manipulação que pareciam inescapáveis?
Após dezesseis anos de sombras, Aikyo foi resgatada apenas para se tornar o foco de olhares incessantes. A liberdade prometida era uma gaiola dourada, onde cada movimento seu era monitorado, cada suspiro analisado. Ela queria gritar que era uma mentira, que a vigilância constante era apenas paranoia, mas as palavras sibilantes do desconhecido eram inegáveis: "Olhe ao seu redor sempre que estiver sozinha, estará sempre alguém lhe observando. Temendo o pior de si."
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Portais Do Destino - Gojo x OC
Fanfiction📖 | Não julgue o livro pela capa "Morra como herói, ou viva o suficiente para se tornar o vilão" 🥀🥀 Anos atrás, houve um equilíbrio de poder entre os feiticeiros jujutsu e as maldições. Esse equilíbrio era mantido por meio de confrontos constante...