A música vibrante pulsava através do ar, uma batida eletrônica que reverberava contra as paredes e se infiltrava na pele de Aikyo. As luzes estroboscópicas cortavam a escuridão, piscando em um ritmo frenético que desenhava sombras dançantes pelo chão lotado. A multidão era uma maré de corpos em movimento, um mar de rostos anônimos que se perdiam e se encontravam ao sabor da melodia.
Emma e Utahime eram ilhas de familiaridade nesse oceano caótico, suas silhuetas graciosas girando e se contorcendo ao ritmo da música. Elas riam, despreocupadas, seus movimentos uma celebração da noite e da juventude. Mas Aikyo não conseguia compartilhar dessa alegria descompromissada. Seu olhar era atraído para os cantos escuros do clube, para as saídas marcadas apenas pela luz fraca das placas de emergência.
A ansiedade crescia dentro dela como uma planta trepadeira, enroscando-se em seu peito e apertando sua respiração. O espaço parecia encolher, as paredes se aproximando, cada empurrão acidental de um estranho era um lembrete de sua própria inquietação. Ela se perguntava como tinha se deixado convencer a vir, como tinha ignorado o desconforto que sempre sentia em lugares assim, lotados e barulhentos.
Ela se lembrava agora, com uma clareza desconfortável, de todas as vezes que tinha prometido a si mesma que ficaria longe de lugares tão lotados. Mas aqui estava ela, tentando encontrar um ponto de calma no meio do caos, tentando se agarrar à ideia de que, talvez, essa noite poderia ser diferente. Mas a verdade era que Aikyo sabia que não pertencia ali, que cada segundo a mais naquele lugar só servia para confirmar que sua intuição tinha sido correta desde o início.
A sensação de ansiedade se intensificava a cada colisão involuntária com os outros frequentadores do clube. O ar parecia mais pesado, carregado com o calor dos corpos e o cheiro doce e azedo da mistura de perfumes e suor. O som da música, antes uma trilha sonora empolgante, agora martelava em seus ouvidos como um alarme que ela não conseguia desligar.
Ela sentia seu coração batendo descompassado, uma percussão errática que competia com os graves da música. Sua respiração se tornava superficial, cada inspiração uma luta contra a pressão que se acumulava em seu peito. O mundo ao seu redor começava a girar, uma vertigem que fazia o chão parecer instável sob seus pés.
As luzes, antes cintilantes, agora piscavam como relâmpagos, exacerbando a sensação de confusão. Aikyo se viu buscando desesperadamente por um ponto fixo, algo que pudesse servir de âncora em meio ao caos sensorial que a cercava. Mas tudo o que encontrava eram rostos borrados e movimentos frenéticos, um turbilhão de estímulos que só aumentava sua sensação de pânico.
Ela se perguntava como poderia escapar, como poderia encontrar um refúgio daquela cacofonia visual e auditiva. A ideia de abrir caminho através da multidão parecia tão assustadora quanto permanecer paralisada ali. Aikyo se sentia como uma náufraga no meio de um mar revolto, sem terra à vista, cada onda de música e movimento ameaçando engoli-la por completo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Portais Do Destino - Gojo x OC
Fanfiction📖 | Não julgue o livro pela capa "Morra como herói, ou viva o suficiente para se tornar o vilão" 🥀🥀 Anos atrás, houve um equilíbrio de poder entre os feiticeiros jujutsu e as maldições. Esse equilíbrio era mantido por meio de confrontos constante...