O sangue pingou sobre o chão ensopado, formando um padrão macabro de respingos e poças. A lâmina afiada, agora banhada em um vermelho vivo, refletia a luz tênue que se infiltrava pela janela empoeirada. Nas sombras, as correntes em sua outra mão tilintavam com um som metálico, ecoando pelo espaço confinado como um lembrete sinistro do que acabara de ocorrer. O ar estava pesado com o cheiro de ferro e medo, enquanto gotas vermelhas continuavam a cair.
Seus olhos vermelhos, incandescentes como brasas, varreram a cena com precisão. Os corpos diante dela, uma vez feiticeiros, agora eram apenas cascas mutantes e desfiguradas. Em meio ao caos das lutas, ela havia descoberto a chave para derrota-los: a decapitação.
Os corpos jaziam em posições grotescas, membros retorcidos em ângulos antinaturais, cada um marcado pela violência da luta. Não havia cabeças em lugar algum, apenas o eco silencioso de seus gritos finais. A mulher, com sua respiração ofegante e olhar feroz, permanecia imóvel, contemplando o resultado de sua descoberta sangrenta.
Aikyo não sabia ao certo quais eram as habilidades de Ayame, nunca havia testemunhado de fato, afinal, a maior parte do tempo passava fraca e inconsciente. Mais de acordo com os relatórios que foram lhe passados, a mulher era capaz de manipular a biologia humana de maneiras inimagináveis.
Transformar os feiticeiros em criaturas grotescas era apenas um dos muitos horrores que Ayame podia conjurar. Aikyo sabia que cada segundo perdido poderia significar mais vidas destruídas, mais almas torturadas pelas mãos cruéis da doutora.
Com a lâmina ainda gotejando sangue, Aikyo avançou pelo corredor sombrio, seu coração batendo em um ritmo acelerado. As paredes estreitas pareciam fechar-se ao seu redor, cada sombra dançando à luz fraca como se zombasse dela.
O prédio, uma estrutura que era escondida e quase abandonada, agora se erguia como um gigante adormecido na paisagem urbana. A evacuação tinha sido uma resposta frenética a uma ameaça inesperada, deixando o edifício em um estado de abandono precipitado. Documentos não reclamados flutuavam pelo chão dos escritórios, e as cadeiras giratórias ainda giravam lentamente, como se os fantasmas dos ocupantes anteriores ainda estivessem ali, realizando suas tarefas diárias.
Os mutantes, criaturas nascidas de um experimento que ultrapassou os limites da moralidade científica, quando ela chegou, perambulavam pelos corredores silenciosos. Suas formas eram variadas, algumas com membros alongados, outras com pele que mudava de cor, refletindo o ambiente ao redor como um camaleão.
A luz do sol se infiltrava pelas janelas quebradas, criando feixes que cortavam a escuridão como espadas de luz. O som de seus movimentos era o único ruído, um contraste perturbador com o silêncio que dominava o lugar.
— Não tem mais ninguém por aqui. — A voz de Aikyo ressoou, baixa e firme, através do comunicador em sua orelha, quebrando o silêncio que se estendia pelo ambiente desolado. Não demorou muito para que a equipe de contenção chegasse, movendo-se com eficiência militar, isolando o local com faixas amarelas vibrantes que gritavam 'Proibido Entrar'. Era uma cena que se tornara estranhamente comum nos últimos dias, um lembrete visual da linha tênue entre o caos e a ordem.
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Portais Do Destino - Gojo x OC
Fanfiction📖 | Não julgue o livro pela capa "Morra como herói, ou viva o suficiente para se tornar o vilão" 🥀🥀 Anos atrás, houve um equilíbrio de poder entre os feiticeiros jujutsu e as maldições. Esse equilíbrio era mantido por meio de confrontos constante...