ㅤ━━━ Capítulo 12

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O que você faria se o mundo ao seu redor se transformasse em um deserto emocional, onde cada grão de areia fosse um momento roubado de alegria ou tristeza? Imagine-se caminhando por esse vazio, onde cada passo é um lembrete do que foi perdido

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O que você faria se o mundo ao seu redor se transformasse em um deserto emocional, onde cada grão de areia fosse um momento roubado de alegria ou tristeza? Imagine-se caminhando por esse vazio, onde cada passo é um lembrete do que foi perdido. Onde cada batida do seu coração é um eco na imensidão do nada.

Você olha para suas mãos, esperando sentir a raiva fervendo em suas veias ou a alegria dançando em seus dedos, mas não há nada. É como se uma tempestade tivesse passado por sua alma, levando consigo todas as cores, deixando apenas o cinza.

Você tenta gritar, mas sua voz é apenas um sussurro, sufocado pela ausência de emoção. Você tenta chorar, mas suas lágrimas são invisíveis, absorvidas pela terra árida de sua desolação interna.

Nesse extremo do nada, você começa a questionar sua própria existência. "Eu ainda estou aqui?" você se pergunta. "Eu ainda sou real?" Sem emoções para guiá-lo, sem sentimentos para definir sua humanidade, você se sente como um fantasma vagando por sua própria vida.

Mas então, em meio ao silêncio ensurdecedor, você encontra uma faísca. Não é alegria, nem tristeza, nem raiva. É algo mais sutil, mais profundo — é a vontade de sentir novamente. E com essa faísca, você começa a reconstruir, a reivindicar cada pedaço de si mesmo que foi roubado.

Você cria arte a partir do vazio, música a partir do silêncio, poesia a partir do nada. E, aos poucos, o deserto começa a florescer novamente, não com as mesmas emoções de antes, mas com novas, nascidas da sua determinação de sentir, de ser, de viver.

Mas como você se sentiria se tudo isso mudasse novamente?

Quando Aikyo abriu os olhos, o mundo que ela conhecia havia se transformado em um lugar irreconhecível. A sensação era de um vazio tão profundo que parecia engolir qualquer vestígio de sentimento que pudesse existir. Era como se ela tivesse despertado em um universo paralelo, onde as emoções são conceitos estranhos e inalcançáveis.

Ela procurou dentro de si, buscando a raiva que sempre a impulsionou, o amor que sempre a guiou, a dor que sempre a ensinou. Mas não havia nada. Não havia calor de raiva, nem frio de medo, nem agulhada de dor. Havia apenas um vazio, um espaço onde seu coração deveria estar batendo com força, mas que agora estava silencioso.

A testa de Aikyo ardia como se um fogo invisível a tocasse, uma sensação que precedia a manifestação de um poder ancestral. De repente, a pele se esticou e, do centro de sua testa, um terceiro olho se abriu. Não era um olho comum; era completamente vermelho, brilhando com uma luz própria, pulsando com energia amaldiçoada.

Ela sentiu seu corpo se tornar leve, como se as amarras da gravidade tivessem sido desfeitas. Com uma graça sobrenatural, ela começou a levitar, subindo suavemente em direção ao céu. Seus olhos, agora três, estavam fixos no horizonte, onde o amarelo do crepúsculo se encontrava com a escuridão da noite que se aproximava.

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