ᴍᴏᴍᴇɴᴛᴏꜱ²⁶

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Emilia Sales

Era sexta-feira à noite, e nós estávamos reunidos na sala de estar depois de um tempo sem estarmos todos juntos

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Era sexta-feira à noite, e nós estávamos reunidos na sala de estar depois de um tempo sem estarmos todos juntos. Meu pai estava encostado no braço da poltrona, sorrindo enquanto observava os filhos e a esposa. Ele segurava uma taça de vinho, tomando um gole hora ou outra, ouvindo todas as conversas.

Cassia, sentada no sofá ao lado, ria de algo que o Otávio havia acabado de dizer. Com o mesmo olhar carinhoso de sempre, ela passava a mão pelos meus cabelos, enquanto participava da conversa com alegria.

— Vocês eram crianças muito arteiras. - comentou ela, em resposta à história do Otávio.

Eu estava sentada no chão, com as pernas cruzadas, segurando uma taça com vinho. 

— Meu pai ficou desesperado quando contei que eu havia dado banho nos coelhos e eles tiraram uma soneca o dia todo. 

Falei rindo enquanto todos me acompanhavam, todos se divertindo com a situação.

James estava mais reservado. Observava a cena com um sorriso sutil. Ele tinha uma postura relaxada, sentado na outra ponta do sofá, mexendo no celular, mas sempre atento à conversa. 

— Por isso dei a ela o apelido de Emilia, a homicida. 

Otávio brincou, olhando para mim com um brilho divertido nos olhos. Era o tipo de provocação leve e carinhosa que só irmãos sabem fazer.

— Mas e aquela vez em que você derrubou o bolo de aniversário do papai em cima dele? Aquilo, sim, é algo que você deveria contar. 

— Ainda tenho a foto de vocês dois sujos de bolo depois de saírem aos socos porque Otávio estragou a surpresa. - papai interrompeu, arrancando risadas de todos.

— Quero muito ouvir essa história, por favor contem. - Cassia tinha um sorriso alegre.

— Oto e eu tínhamos dez anos quando isso aconteceu. Passamos a noite anterior ao aniversário do papai fazendo o bolo. Pela manhã, acordamos cedinho e levamos o bolo na cama para ele, cantamos parabéns e tudo. Quando Otávio levou o bolo para ele apagar a vela, tropeçou na pantufa e derrubou o bolo sobre as pernas do nosso pai. Fiquei tão indignada que empurrei oto sobre o resto do bolo e começamos uma briga enquanto papai só sabia rir.

— Inclusive, temos fotos da briga porque papai achou que era o momento perfeito para pegar a câmera e tirar fotos nossas.  

Papai, com a voz calma e grave, aproveitou a pausa nas risadas para intervir. 

— Eu me senti o homem mais sortudo aquele dia, tinha que registrar o momento. - disse ele com um sorriso orgulhoso, e todos olharam para ele, rindo juntos. 
— Agora vocês estão construindo a própria vida, mas espero que sempre voltem para cá, digo isso para os três. 

Amor e CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora