Dois passos para o amor

11- Carinho de mãe e pai

A tarde de domingo estava calma, a luz do sol entrando suavemente pelas janelas da sala de estar, iluminando os móveis de madeira escura e os detalhes coloridos das almofadas no sofá.

Michele estava sentada no chão, os olhos brilhando de excitação e ansiedade. Sua mãe estava do outro lado da sala, dobrando a roupa recém-lavada.

— Mãe, posso falar com você? — perguntou Michele, a voz trêmula.

Helena levantou o olhar, notando o nervosismo da filha.

— Claro, querida. O que aconteceu? — respondeu Helena, sentando-se no sofá e fazendo sinal para que Maria se aproximasse.

Michele sentou ao lado da mãe, suas mãos inquietas mexendo na barra da camiseta. Ela respirou fundo antes de falar.

— Tem uma coisa que eu preciso te contar, mas estou com medo de como você vai reagir.

Helena colocou a mão no ombro da filha, um gesto de encorajamento.

— Você pode me contar qualquer coisa, Michele. Eu estou aqui para te ouvir.

Michele olhou nos olhos da mãe, encontrando ali a segurança de que precisava.

— Eu... estou apaixonada por um garoto, mãe. O nome dele é Lucas. Ele é o amigo do Pedro, eu tenho sentido algo diferente por ele já faz um tempo já. Acho que nunca me senti assim antes. — As palavras saíram em um desabafo, carregadas de emoção.

Helena sorriu ternamente, apertando levemente o ombro da filha.

— Ah, minha querida, que notícia maravilhosa! — disse Helena, com um brilho nos olhos. — Apaixonar-se é uma das experiências mais bonitas que podemos ter. Sério isso filha, está apaixonada pelo Lucas?

Michele relaxou, sentindo-se aliviada e feliz por ter compartilhado seu segredo.

— Ele é incrível, mãe. É inteligente, gentil, sempre me faz rir. E ele tem esses olhos castanhos tão profundos...

Helena riu suavemente, vendo o entusiasmo de Michele.

— Parece que você realmente gosta dele. E ele sabe dos seus sentimentos?

Michele balançou a cabeça.

— Ainda não contei a ele. Estou um pouco nervosa sobre como fazer isso.

Helena acariciou o cabelo de Michele, um gesto afetuoso.

— O importante é ser honesta com seus sentimentos, Michele. E lembrar que o amor verdadeiro sempre encontra uma maneira. Eu conheço muito bem ele, sei que ele é um bom garoto, mas tem que ver se ele vai sentir o mesmo por você. Mas, independentemente do que acontecer, estarei aqui para te apoiar, sempre.

Michele sorriu, sentindo-se reconfortada pelo apoio incondicional da mãe.

— Obrigada, mãe. A sem é a melhor mãe de todas.

As duas se abraçaram, compartilhando um momento de profunda conexão e amor, enquanto o sol da tarde continuava a banhar a sala de estar com sua luz suave e acolhedora.

Já era de noite e a casa estava tranquila e a brisa fresca do outono entrava pela janela aberta da sala. A televisão estava ligada em um volume baixo, com um documentário passando que ninguém realmente assistia.

Rodrigo, o pai de Michele, estava sentado em sua poltrona favorita, lendo um jornal, enquanto Michele andava de um lado para o outro, reunindo coragem para a conversa que sabia que precisava ter.

Finalmente, ela se aproximou de Rodrigo, parando ao lado da poltrona.

— Pai, o senhor tem um minuto? — perguntou ela, tentando manter a voz firme.

Rodrigo abaixou o jornal e olhou para Michele, percebendo o nervosismo em seu rosto.

— Claro, filha. O que aconteceu? — disse ele, com um tom de preocupação misturado com curiosidade.

Michele respirou fundo, sentindo o coração bater acelerado.

— Eu preciso te contar uma coisa importante, e espero que você entenda. — Ela fez uma pausa, procurando as palavras certas. — Pai, eu estou apaixonada por um garoto. O nome dele é Lucas.

Rodrigo ficou em silêncio por um momento, tentando processar a informação. Ele se levantou da poltrona deixando o jornal na mesinha e se aproximou de Michele, colocando as mãos nos ombros dela.

— Eu estou bastante feliz que você me contou isso filha. O amor é uma parte importante da vida. Mas, me diga, ele é um bom garoto, te trata bem? Você gosta mesmo dele?

Michele sorriu, sentindo um peso enorme sendo aliviado.

— Sim, pai. Ele é incrível. Ele é inteligente, respeitoso, me faz bem e sempre me faz rir. Eu realmente gosto dele.

Rodrigo olhou nos olhos de Michele, vendo a sinceridade e a alegria em seu rosto.

— Isso é bom de ouvir, filha. Eu confio no seu julgamento. Só quero que você seja feliz e que tome cuidado com seu coração. O amor pode ser maravilhoso, mas também pode ser complicado. — Ele fez uma pausa, sorrindo suavemente. — E lembre-se, você sempre pode contar comigo e com a sua mãe, não importa o que aconteça.

Michele sentiu lágrimas de alívio e gratidão nos olhos. Ela abraçou o pai com força, sentindo-se segura e amada.

— Obrigada, pai. Isso significa muito para mim.

Rodrigo retribuiu o abraço, apertando-a gentilmente.

— Eu te amo minha filha. E sempre estarei aqui para te apoiar.

Eles se afastaram um pouco, ainda de mãos dadas, e se sentaram no sofá, continuando a conversar sobre o Lucas, a faculdade e os sonhos de Michele para o futuro.

A noite avançava, mas dentro daquela sala, os dois compartilhavam um momento de conexão e amor que fortalecia ainda mais o vínculo entre eles.