Dois passos para o amor

15- A saída

Michele estava em frente ao espelho, passando o último toque de gloss nos lábios. Seus olhos brilharam ao lembrar do encontro anterior com Lucas. Ele tinha sido tão gentil, tão atencioso, que ela não conseguia parar de sorrir desde então.

O celular dela vibrou com uma mensagem: "Estou aqui embaixo, pode vir. Está pronta?" Era Lucas. Michele pegou sua bolsa, deu uma última olhada no espelho e correu para a porta.

Quando ela desceu, encontrou Lucas encostado em seu carro, segurando uma rosa vermelha.

— Para você — disse ele, entregando a flor.

Michele corou, encantada com o gesto.

— Obrigada, é linda — respondeu ela, sentindo seu coração acelerar.

Entraram no carro e, enquanto ele dirigia, conversaram sobre a semana. Lucas sempre sabia como fazê-la rir com suas histórias engraçadas e observações sagazes.

Chegaram no restaurante que abriu recentemente, e que por sinal era bem acolhedor e aconchegante, com luzes suaves e uma música jazz ao fundo. A noite estava sendo agradável, eles escolheram uma mesa na varanda.

Pediram pratos que ainda não tinham experimentado antes, decididos a tornarem a noite memorável. Enquanto aguardavam os pratos, Lucas pegou a mão de Michele e a olhou nos olhos.

— Sabe, eu estava ansioso por este momento desde a última vez que nos vimos.

Michele sentiu seu rosto esquentar novamente.

— Eu também, Lucas. Você faz tudo parecer tão especial.

Passaram a noite entre risadas, confidências e olhares carinhosos. A conexão entre eles parecia se fortalecer a cada minuto, como se o tempo parasse quando estavam juntos.

Quando Lucas a levou de volta para casa, ele desceu do carro e a acompanhou até a porta.

— Obrigada por mais uma noite incrível — disse Michele, olhando para ele com ternura.

— Eu que agradeço, Michele. Mal posso esperar para o próximo encontro — respondeu ele, aproximando-se e dando-lhe um beijo suave na testa.

A garota entrou em casa, sentindo o coração leve e feliz. Lucas, por sua vez, entrou no carro com um sorriso no rosto, já planejando como surpreendê-la da próxima vez.

Michele fechou a porta atrás de si com um suspiro contente. Encostou-se por um momento, sentindo o frescor do ambiente familiar e a leveza no peito. A casa estava silenciosa, exceto pelo suave tic-tac do relógio na sala de estar.

Caminhou até a cozinha, onde colocou a rosa em um vaso com água. Sentiu um calor no rosto ao lembrar do gesto de Lucas. Cada detalhe da noite parecia ainda mais especial agora que estava sozinha, relembrando cada momento.

Subiu as escadas devagar, a cabeça cheia de pensamentos felizes. Ao entrar no quarto, deixou a bolsa na cadeira e começou a se preparar para dormir. Lavou o rosto, tirando o gloss e a maquiagem, e vestiu seu pijama confortável.

Deitou-se na cama, pegando o celular para ver se havia alguma nova mensagem. E lá estava: "Espero que tenha chegado bem. Mal posso esperar para te ver de novo. Boa noite, Michele."

Ela sorriu e respondeu: "Cheguei sim, obrigada. Foi uma noite maravilhosa. Boa noite, Lucas."

Guardou o celular no criado-mudo e apagou a luz. Deitada na escuridão tranquila do quarto, ainda podia sentir a alegria e a emoção da noite.

Fechou os olhos, com um sorriso suave no rosto, sentindo-se grata pelo momento especial que compartilhara com Lucas. Logo, adormeceu, sonhando com futuros encontros e a promessa de novos momentos juntos.

No outro dia, Michele estava sentada à mesa da cozinha, mexendo o chá com a colher de forma distraída.

Sua mãe, cortava legumes para o almoço, o som rítmico da faca contra a tábua preenchendo o silêncio. A garota respirou fundo, sentindo o coração acelerar. Era agora ou nunca.

— Mãe, eu preciso te contar uma coisa — começou Michele, olhando fixamente para a xícara em suas mãos.

Helena parou de cortar os legumes e olhou para a filha, levantando uma sobrancelha em sinal de curiosidade.

— O que foi, querida? — perguntou, com um leve sorriso, mas com os olhos cheios de preocupação.

Michele tomou outro gole de chá para ganhar tempo, tentando encontrar as palavras certas e respirou fundo.

— Eu... eu saí novamente com o Lucas — confessou mordendo os lábios, finalmente levantando os olhos para encontrar o olhar da mãe.

Helena ficou em silêncio por um momento olhando para a garota em sua frente, processando a informação, mas ela estava bem feliz por sua filha.

Ela já sabia que Michele e Lucas se dão bem desde novos, mesmo não tendo aquela intimidade toda, mas sabia que a garota gostava dele. Porém, a expressão de sua filha não era de tristeza nem nada, mas era de uma tímida felicidade.

— E como foi? — perguntou Helena, com uma voz calma e encorajadora, voltando a cortar os legumes, mas dessa vez de maneira mais suave, mostrando que estava prestando atenção.

Michele relaxou um pouco, sentindo-se aliviada pela recepção da mãe.

— Foi bom, mãe. Muito bom, na verdade. Conversamos bastante e ele pareceu diferente dessa vez. Mais maduro, mais... sincero — explicou Michele, sentindo um sorriso se formar em seus lábios ao lembrar da noite anterior.

Helena assentiu lentamente, ponderando sobre as palavras da filha. Ela sabia que Michele era sensível e cautelosa quando se tratava de seus sentimentos, e se estava falando assim sobre Lucas, era porque algo realmente havia mudado.

— Só quero que você tenha cuidado, filha. Eu confio no seu julgamento meu amor. Eu quero o seu bem — disse Helena, com uma voz cheia de amor e preocupação maternal.

— Eu sei, mãe. E agradeço por isso. Mas acho que vale a pena dar uma segunda chance. Ele está tentando, e eu quero acreditar que as pessoas podem mudar — sussurrou Michele, sentindo a emoção brotar.

Helena afagou os cabelos da filha, sentindo-se orgulhosa da maturidade e do coração generoso de Michele.

— Então, vamos ver onde isso vai dar. Estarei sempre aqui, não importa o que aconteça — afirmou Helena, com um sorriso caloroso.

Michele sorriu de volta, sentindo-se mais confiante e pronta para o que o futuro pudesse trazer. Juntas, elas continuaram a preparar o almoço, conversando sobre outros assuntos, mas com um novo entendimento e uma nova esperança pairando no ar.