Depois do aniversário de Michele, ela e Lúcia estavam sentadas na grama do parque, com o sol de fim de tarde que tingia o céu com tons de laranja e rosa.
Michele, com um sorriso que ela não conseguia esconder, olhou para sua amiga, que estava distraída desenhando formas abstratas na terra com um graveto.
— Lúcia, você não vai acreditar no que aconteceu esses dias. — começou Michele, sua voz cheia de excitação.
Lúcia levantou os olhos, curiosa.
— O que foi?
Michele respirou fundo, segurando a emoção.
— O Lucas me deu um beijo na bochecha!
Lúcia arregalou os olhos, surpresa, e soltou um gritinho de alegria. Ela largou o graveto e se virou completamente para Michele, os olhos brilhando.
— Sério? Quando? Como foi?
Michele riu, lembrando do momento.
— Foi depois que a gente saiu pra ir tomar sorvete. A gente estava voltando da sorveteria, ele estava me levando em casa. Aí, ele se inclinou e me deu um beijo na bochecha, assim, bem devagar.
Lúcia abraçou a amiga, pulando de alegria.
— Isso é tão legal, Michele! Você deve estar nas nuvens!
Michele assentiu, com um brilho nos olhos.
— Estou sim, foi o melhor momento da minha semana.
As duas continuaram conversando, imaginando o que mais poderia acontecer entre Michele e Lucas, enquanto o sol se punha, pintando o céu com as últimas cores do dia.
Depois do parque, elas foram no café da esquina que sempre vão, o aroma de café fresco e bolos recém-assados preenchia o ar.
Michele mexia distraidamente no seu cappuccino, enquanto Lúcia, do outro lado da mesa, ajustava os óculos e olhava para o cardápio, embora já soubesse o que ia pedir.
— Lúcia, eu tenho uma outra coisa pra te contar — começou Michele, com um sorriso contido nos lábios.
Lúcia levantou os olhos, intrigada pela expressão da amiga.
— O que foi? Você está com um brilho diferente agora.
Michele riu, corando levemente.
— Essa semana o Lucas me convidou para sair. Fomos tomar sorvete.
Lúcia largou o cardápio, os olhos arregalados de surpresa e alegria.
— Sério? E como foi? Conta tudo!
Michele suspirou, lembrando dos detalhes.
— Foi incrível. Eu estava lá na praça sozinha, eu tinha encontrado com ele lá. Depois, ele sugeriu a sorveteria que abriu na esquina do cinema. Ele foi super atencioso comigo, me deixou escolher o sabor primeiro e até pagou o meu sorvete.
Lúcia sorriu amplamente, animada.
— Isso é maravilhoso, amiga! E vocês conversaram bastante?
Michele assentiu, com os olhos brilhando.
— Sim, conversamos sobre tudo. Filmes, música, livros, várias outras coisas também. Foi tão natural, como se a gente se conhecesse de outras vidas.
Lúcia pegou a mão de Michele, apertando-a com carinho.
— Estou tão feliz por você! Parece que o Lucas é realmente especial.
Michele sorriu, sentindo-se aquecida pela alegria da amiga.
— Ele é, amiga. E estou ansiosa para ver onde isso vai dar.
As duas continuaram conversando, saboreando seus cafés e doces, enquanto o tempo parecia parar ao redor delas, envoltas na emoção da nova história que se desenrolava.
Ao saírem do café, Michele e Lúcia sentiram o ar fresco da noite envolvendo-as, a lua já alta no céu, lançando uma luz suave sobre as ruas tranquilas.
Elas começaram a caminhar em direção à casa de Lúcia, as risadas e conversas sobre o encontro de Michele ainda ecoando no ar.
— Nossa, eu ainda não acredito que você saiu com o Lucas! — disse Lúcia, abraçando-se contra o frio e lançando um olhar cúmplice para Michele.
Michele deu uma risadinha, ajeitando o cachecol ao redor do pescoço.
— Pois é, ainda parece um sonho. Ele foi tão gentil e divertido. Mal posso esperar para sair com ele de novo.
Caminharam juntas, os passos sincronizados, enquanto falavam sobre as esperanças e expectativas para o próximo encontro.
As casas ao longo do caminho estavam tranquilas, luzes amarelas piscando suavemente nas janelas, e um ou outro carro passava vagarosamente, criando um clima sereno.
— Você acha que ele vai te mandar mensagem hoje? — perguntou Lúcia, curiosa.
Michele olhou para o celular, que estava silencioso em sua mão.
— Espero que sim. Mas vou tentar não ficar tão ansiosa. Ele disse que ia mandar uma mensagem quando chegasse em casa.
Lúcia sorriu, dando uma leve cotovelada em Michele.
— Vai dar tudo certo. Ele parece realmente interessado em você.
Finalmente, chegaram à casa de Lúcia. Pararam em frente ao portão da garota, onde um suave vento balançava os galhos das árvores.
— Obrigada por me ouvir, amiga. Você sempre sabe o que dizer para me acalmar — disse Michele, com um sorriso agradecido.
— Sempre que precisar, estou aqui — respondeu Lúcia, abraçando a amiga. — Boa noite, e me conta amanhã o que ele disse, tá?
Michele assentiu, abraçando Lúcia de volta.
— Pode deixar. Boa noite!
Elas se despediram, e Lúcia entrou em casa, acenando uma última vez antes de fechar a porta.
Michele começou a caminhar de volta para a sua casa, sentindo-se mais leve e animada, pensando em como a amizade com Lúcia a fazia se sentir segura e confiante.
Enquanto caminhava, seu celular vibrou. Era uma mensagem de Lucas: "Cheguei bem em casa. Adorei nossa saída daquela vez. Vamos repetir logo?"
O sorriso de Michele se alargou, e ela apressou o passo, ansiosa para chegar em casa e contar a novidade para Lúcia na manhã seguinte.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Dois passos para o amor
Teen FictionUma jovem retorna à sua cidade natal após anos de ausência, apenas para se ver confrontada por sentimentos que nunca desapareceram. À medida que ela se reencontra com amigos e familiares, ela se vê atraída pelo melhor amigo de seu irmão, um amor ant...