Monstro

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Crixus

Eu considerei hoje um bom dia...

Pelo menos até ele se iniciar de verdade.

Fui maltratado, emocionado, ofendido e trocado por uma mesma pirralha, em um mesmo dia.

Eu estava quieto pesquisando sobre o câncer da minha primeira paciente do dia. Meu relógio já marcava 11h e eu ainda não havia recebido mais nenhum.

E então entra minha adorável – ironicamente falando – supervisora e quer cantar de galo pra cima de mim.

Tudo bem que na verdade eu iniciei a conversa cantando de galo para cima dela, mas eu posso. Eu estou no meu galinheiro. Eu sou o macho alfa. Ela tinha que ter ficado quieta.

Mulheres comigo não tem vez, ainda mais as inexperientes.

Meu pai me dizia:

"- Mulher precisa ter cinco coisas para agradar um homem. Beleza. Experiência. Vagina. Bunda e peitos. Você tem que saber lidar com as mulheres, meu filho. Se você for ter um – breve – relacionamento com ela. Tenha dinheiro o suficiente para leva-la a caros restaurantes e comprar flores que custam mais de cem dólares. A menos que você não queira ela na sua cama. - Ria tomando seu melhor amigo, Jack Daniel's. Para os mais íntimos, Whiskey. - A diferença de mulheres comuns para prostitutas é que as prostitutas trazem menos prejuízo. E um conselho! Se ela estiver de TPM, viaje, ou procure uma desculpa para não estar perto. Mas se não puder viajar ou estar ausente, tenha sempre uma barra de KitKat, para não ser vítima de qualquer xingamento ou possível estresse feminino."

Eu pensava nisso enquanto ouvia Selenia falando com o chefe sobre o seu salário.

Só parei de ignorar toda aquela falação quando aquele babaca cachorrão resolveu dar uma de príncipe encantado, sendo que todos sabíamos muito bem que ele era bastardo pegador de todos.

A diferença dele para mim é que eu vou direto ao ponto, eu digo que é sexo e nada mais para todas. Já ele, é o típico príncipe que vira sapo no fim das contas. Melhor para ele que consegue sexo fácil, mas ainda não sei abrir mão de ser verdadeiro em relação a isso.

- Se quiser, eu tenho uma solução. Dorme em casa, lá é bem grande e espaçoso. Minha irmã foi lá esses dias e fez massa para donut, mas não teve tempo de terminar, pois teve que sair as pressas... – Opa opa, como é?! – Você podia me ajudar a terminar. – Coçou a testa, parecendo um bobão. – É que eu não me dou bem com a cozinha.

- Eu amo cozinhar! – Selenia quase se derretia por ele. – Eu acho que se não for te incomodar...

- O que?! – Disse me levantando. – Meu deus você não vai dormir na casa de um estranho, certo? – Perguntei.

- Não sou estranho. – Dylan se defendeu. – Sou colega de trabalho. – Ele sorriu para ela. – Não vai me incomodar em nada, senhorita Bryce. - Ela assentiu.

- Bom, o outro assunto é sobre uma paciente, do doutor Conahan. – Ela disse e Lewis fez uma careta para mim.

- Já terei reclamações de você senhor Conahan?

- Oh, não, David... Senhor... Doutor Lewis. – Ela estava confusa com as palavras. – Ele na verdade me parece muito bem. – Ela me olhou e continuou. – O fato é que nos pegamos... não... eu quis dizer que nós pegamos... – Ela tinha três doutores querendo rir dela. – O ponto é que Sarah Awkward tem câncer no pâncreas em estágio avançado e o Dr. Conahan conhece uma cirurgia que possa talvez, salvá-la.

- É um procedimento complexo, mas não impossível. – Comecei a explicar. – É uma cirurgia para pessoas com diabete, mas não vejo porque não tentar. É claro que há chances de o tumor reaparecer, mas poderemos dizer que tentamos de tudo, se não der certo.

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