Crixus
Eu não aceito.
Abri meus olhos e senti seus pequenos braços se desvencilharem dos meus.
- Me deixa sair... - Ela resmungou.
- Não... - Resmunguei de volta e a apertei mais.
Sinceramente não conhecia esse meu lado.
Eu parecia... carente.
Um bocó apaixonado.
Um moleque na puberdade.
Um grande virgem...
[Certo Crixus, eles já entenderam que você tava meio boiola...]
Sem solta-la, alcancei meu relógio.
10 horas em uma manhã de domingo.
Eu não tinha trabalho, por ser feriado.
O que me fez pensar que estávamos cada vez mais próximos do natal. E consequentemente, os 30 dias de minha supervisora aqui acabariam.
- Crixus, eu preciso sair. - Insistiu.
Selenia reclamava de costas para mim, tentando se soltar de todos os jeitos.
- Vai aonde? - Perguntei com riso nos lábios enquanto a virava para mim.
Ela me encarou alguns segundos antes de me dar um beijo na bochecha e sorrir.
- Prometo que volto pra você. - E as palavras dela me desarmaram por alguns segundos e então eu a deixei partir para o banheiro.
Selenia saiu de lá com uma de minhas camisetas sociais azuis com as mangas dobradas até seus cotovelos e desprovida de qualquer outro pedaço de pano.
Ela tinha um sorriso tímido nos lábios e os cabelos presos em um coque.
Seu rosto ainda tinha os sinais de quem havia acabado de acordar.
Rapidamente seu destino muda da cama para a cozinha e eu a sigo como um cachorrinho.
No momento eu e um cachorrinho tinhamos muitas coisas em comum, como o fato de eu estar babando.
Vesti a cueca e me aproximei dela, embalando seu corpo com os meus braços.
Maravilhosos, porque qual é, sou eu.
O delicioso Conahan.
- Me deixa fazer o café? - Ela pede, logo depois de eu começar a mexer seus braços, com intuito apenas de atrapalhar seus movimentos com a colher de pau.
Ela podia bem estar mexendo na minha colher de pau, mas enfim...
- Parei. - Digo, mas não resisto e a atrapalho mais uma vez.
- Crixus. - Ela grita e acaba deixando um dos ovos que estavam na panela cair pia.
- Tinha que ter sido a Selenia... Tsc tsc tsc. - Brinco e ela me olha com raiva.
- A é? - E segundos depois o ovo toma novo espaço. Mais conhecido como meu rosto.
Tiro-o rapidamente de mim, deixando-o cair no chão e vou atrás de uma coisa bem melequenta.
Para o azar de Selenia eu encontro no armário um pote de creme de amendoim.
- Crixus não! Isso demora pra sair. - Ela grita e sai correndo.
Encho minhas mãos com aquilo e saio atrás dela.
passamos a manhã sujos de manteiga de amendoim, ovos, e um pouco mais de outras coisas.
Foi diferente, estar com ela, pelo menos assim.
Fora do ambiente de trabalho, sem estar na cama.
- E essa pipoca? - Ela gritou da sala. - Fica pronta hoje?
Eu pisquei algumas vezes e olhei para o fogão. vendo a pipoca queimar.
- Merda. - Corri e desliguei o fogo.
Tirei com cuidado a pipoca da panela e mesmo um pouco queimada, coloquei-a toda em uma bacia e levei para sala com um sorriso orgulhoso.
- Minha primeira pipoca. - Digo e entrego a ela a bacia.
Ela ri de mim mas enche a mão.
- Fora a parte queimada, até que não está mal. - Ela sorri.
Sento me ao seu lado e aperto o play no DVD.
- Crepúsculo? Esse é o melhor filme que você conseguiu arranjar?
- Cala a boca e presta atenção. - Ela pediu, deitando a cabeça em minhas pernas.
O filme passou lentamente, mas eu gostei.
Não do filme, claro, mas de observar.
como ela respirava serenamente e seus olhos tão bonitos fechados quanto abertos.
O sol ia se pondo, eu via da janela, e o crepúsculo real chegava a Miway Park.
Estavamos entrando na terceira semana de Selenia como minha supervisora.
Não acreditava que podia estar apaixonado por alguém com quem convivi duas semanas, mas era a pura verdade.
Ela dormia tranquila comigo quando a campainha de casa toca.
- Deve ser a pizza que eu esqueci de pedir. - Resmunguei e saí com o cuidado de não acordar Selenia.
Eu juro.
Se arrependimento matasse eu estava morto.
Eu deveria ter deixado pensarem que não havia ninguém em casa.
Mas o idiota aqui tinha que atender.
- Look? - Pergunto ao meu amigo texano. - O que você...
- Onde está Selenia? - O rapaz, que se eu me lembrava bem era papel de parede do celular da minha supervisora, saiu de trás do meu amigo, junto a uma mulher de meia idade.
- Quem são vocês? - Pergunto.
- Prazer, eu sou Evelyn, mãe de Selenia Bryce, sua... supervisora. - Ela sorri fraco.
- Olha, o chefe me mandou trazê-los no apartamento do Doutor King e ele quem disse que ela estava aqui. - Look diz, tentando se desculpar.
- Olha aqui, quero logo minha namorada aqui, antes que eu entre na sua casa a força. - O idiota loiro diz alto, me fazendo rir.
- Ela está um pouco ocupada, mas talvez se vocês voltarem outra hora eu...
- Crixus, o que está acontecendo... Tate?
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Amável
RomanceLovely Crixus Conahan era o melhor dos melhores médicos dos Estados Unidos, residia atualmente em Miway Park. Ele nunca havia perdido nenhum paciente, até ele precisar. Sua esposa, Ava, teve uma doença extremamente perigosa e precisava desesperadam...