O paciente (parte 2)

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Vou postar dois caps hoje okay, pela demora ;) 

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Antes de começar essa narração eu responder duas perguntas quer – suponho eu – estejam na mente dos leitores.

Eu serei uma pessoa importante nesta história?

Bom, eu sou muito importante em qualquer lugar que eu pise porque eu sou foda e...

[ - Menos Oliver, muito menos, porque o principal nesse livro aqui sou eu. ]

[ - Cala a boca Crixus que a conversa ainda não chegou no chiqueiro. ]

Enfim, mas nessa história serei apenas parente do paciente.

Não que eu quisesse ser. Mas enfim, quem controla as coisas não sou eu não é?

A segunda pergunta seria "Mas se você não é importante na história, porque tem um ponto de vista só seu e da sua esposa?"

Bom, essa é fácil.

Catherine e eu somos o casal mais amado de todos [ nem sou convencido né? ;) kkk] e por isso recebemos essa moral toda.

Mas enfim, vamos a história.

***

Oliver Wild Smith

Quem já perdeu alguém muito importante, sabe do que eu estou falando.

Ninguém te prepara para o que você encontra naquela sala, depois que fazem aquela ligação, dizendo que tentaram de tudo, mas o paciente não resistiu.

Ver Sidney Rubens deitado naquela cama me deixava não só com falta de ar. Chegava a ser um absurdo. Um homem que não parava um segundo, tão quieto, tão... morto.

Ele não era o meu pai, mas por muito tempo, foi como se fosse. Ele me aconselhou tantas vezes. Pintamos paredes juntos. E saber que foi uma decisão minha que o deixou naquele estado me deu calafrios.

Estávamos eu e Catherine, minha esposa, naquele incêndio. Inicialmente eu e Sidney fomos salvá-la. Mas tudo fugiu do controle e ele acabou ficando preso. Eu estava assustado e tudo que pensava era salvar minha mulher, nós tentamos tirá-lo de lá, mas se ficássemos mais tempo, morreríamos todos.

Então eu tomei uma decisão. Decisão que Catherine nunca tomaria. Eu a conheço. Sei que não.

A puxei para mim e saí de lá.

Fizemos um enterro, mesmo sem terem encontrado o corpo. E agora tudo pelo que já tínhamos passado, estava acontecendo de novo.

Não contei a Catherine, pois ela não lidou bem com a notícia, e não lidaria melhor agora.

Eu não acabaria com suas lembranças dele.

Não a deixaria vê-lo como estava.

Quase irreconhecível.

O bip da maquina de frequência cardíaca me deixava enjoado.

- Eu sinto muito. – A pequena menina, que se dizia supervisora, tocou meu ombro.

- Você não... – A encarei. Ela tinha os olhos marejados. – sente... – Terminei a frase em um sussurro.

- Eu não quero que matem ele. – Disse.

- Mas senhor, precisamos do pâncreas desse paciente. – Disse o doutorzinho metido, insensivelmente.

- Senhor, eu sei como se sente, mas pense melhor. – A garota insistiu.

- Não! Eu já dei minha resposta. – Gritei e caminhei em direção a porta, mas fui puxado para trás.

- Escuta aqui senhor. - O doutor, que agora me parecia familiar me jogou contra a parede, deixando-me sem reação. – Talvez você não se lembre de mim, mas eu me chamo Crixus Conahan, e sou o médico que salvou sua mulher da morte. Se eu tivesse como tirar o pai dela dessa merda de cama eu o teria feito, eu sou o melhor médico e se eu não consigo, ninguém consegue. – Ele gritou. – Primeiro, esse homem que você vê, não é o homem que você conhece. Ele já se foi e enquanto você luta para deixar um corpo oco vivo, ele deve estar no céu rindo da sua cara.

Tentei retrucar, mas ele não deixou.

- Segundo, há uma menina de oito anos internada nesse mesmo hospital. Ela sim está viva e tem muita vida pela frente, ela tem câncer de pâncreas e esse corpo sem vida, é a única chance que ela tem. – Abri a boca, mas dessa vez não tinha respostas. – E terceiro. – Ele se aproximou mais. – Nunca mais grite com ela.

- Senhor. – A supervisora chamou minha atenção e eu voltei meu olhar para ela. – Eu sou maravilhosa quando eu quero, mas se o senhor não reconsiderar eu vou te manter aqui até que você mude de ideia, então, o senhor vai assinar os papéis ou vai assinar os papéis.

- Onde tem uma caneta. – Suspirei.

AmávelOnde histórias criam vida. Descubra agora