Perdidos

4.3K 388 2
                                    


I'd never sing of love if it does not exist

But, darling, you are the only exception

you are the only exception

you are the only exception

you are the only exception

Eu prometi que nunca mais cantaria sobre amor se ele não existisse

Mas você é a única exceção, Crixus.

***

Selenia

Era terça feira.

Deveria ser a quarta semana de trabalho, em Miway Park, mas eu fui embora.

- Você precisa comer, Selenia. – O ouvi falando do lado de fora.

- Eu não tenho fome, Sr. Donavan. – Respondi.

A Porta do quarto se abriu e Preston entrou com a cabeça baixa, me fitando pelo canto do olho, estudando-me com discrição, procurando talvez, em meu rosto, algum convite para uma conversa mais longa que as anteriores.

- Você não precisa me chamar assim... – Ele pede, mas eu nego com a cabeça e continuo remexendo os arquivos.

- Retire-se do meu quarto, Sr. Donavan, eu estou tentando manter minha atenção nestes papéis. – Uma lágrima pinga em um dos arquivos e eu gemo frustrada, com medo de que aquela palavra, agora manchada, fosse me impedir de entender o contexto da frase e talvez me impedisse também de provar a inocência do homem que eu amo.

Porque eu, mais do que ele mesmo, conheço-o e sei que ele nunca cometera tal ato.

- Isso não podia ter acontecido. – Passo o dedo por onde a lagrima caiu. – Não podia.

Não consigo parar.

Quanto mais eu esfrego, mais manchado fica o arquivo.

- Não, droga, droga, droga. – Esfrego mais forte e mais forte.

A folha de papel se rasga e agora meus dedos arranham a mesinha antiga e bem cuidada do quarto.

- Selenia... – Preston sussurra baixo, segurando meus pulsos, forçando-me a parar.

Um soluço escapa.

- Não. Não. – E mais lágrimas. – Eu não posso ficar sem ele, eu não consigo.

Ele me pegou no colo e me levou até a cama.

Como fazia quando eu era bem pequena, quando eu tinha problemas na escola. 

Quando via-me perdida, em qualquer tipo de tristeza ou dor. 

- Shhh, já passou. – Ele disse beijando minha testa e cobrindo-me com as cobertas – Você está ardendo em febre. – Ele diz pra si mesmo, mas eu o ouvi.

- A culpa...- Soluço. – É sua... – Digo. – Eu não sei perder ninguém... depois... que eu... perdi você. – E com hesito, o faço sair do quarto.

Pouco me importa se ele se sentia culpado.

Eu não poderia achar uma resposta com o mesmo vigiando-me.

Eu volto então minha atenção aos papéis, e não consegui ver nada que me chamasse atenção.

Crixus Conahan

- Mais... Mais uma por favor.

- Qual é Crixus!? Você pode parar de fingir que se importa, ela já foi, já é quinta feira, por favor, vamos levante-se. – Jhennifer me puxou.

AmávelOnde histórias criam vida. Descubra agora