Amizade Estranha

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Selenia

Amigos?!

Bufo enquanto espero trazer café para nós.

Oh sim, veja como nossa relação de AMIZADE progrediu.

Estava confusa.

Eu deveria me afastar. Com certeza me afastar.

 Mas por enquanto, resolvi continuar com o seu "amigos que se pegam de vez em quando". 

Mesmo não sabendo se gostaria ou não dessa amizade estranha. 

- Capuccino para você e coca cola para mim. – Crixus entra na sala e me entrega o copo quentinho, indo se sentar em seguida, saboreando sua coca cola.

- Meu Deus, quem toma coca-cola, as 8h da manhã. – Digo.

- Primeiramente são 7h45... – Ele fala sem ao menos tirar o copo da boca.

Reviro os olhos.

Assim que abrimos a sala para consultas não paramos um segundo. Até o almoço foi um dia corrido.

Só entre os pacientes de Crixus, 15 necessitavam de cirurgia, o que tecnicamente seria ruim, mas em vista de que o hospital ganha mais com cada cirurgia, provavelmente conseguiríamos um aumento.

Quando o relógio avisa que já são 14h eu suspiro aliviada.

Crixus termina de atender a loira peituda – Que só aceitou se consultar com ele – que estava com uma dor de cabeça muito suspeita.

Ele finalmente a enxota para fora depois de ter negado passar o what's app para ela.

- Então... – Ele me olhou.

- Então o que? – Perguntei.

- Eu estou indo almoçar... Como você é minha amiga... gostaria de...ir? - Sinto-me corar.

- Ah, bom, posso acho que... Talvez deva vestir eu roupa mas melhor... não, não foi... – Ele tapou minha boca.

- Se acalme. – Sorriu fraco. – Você está bonita assim.

Eu usava um casaco, uma touca, calça jeans e uma bota cano médio com um salto baixo.

Coisas que o próprio Crixus comprara.

Saímos e fomos andando e conversando. Chegamos ao mesmo restaurante onde ele havia me levado ontem, com a promessa de que eu comeria filé com fritas.

Enquanto nosso prato era preparado, conversamos sobre coisas idiotas. Acabei por descobrir um apelido engraçado de Crixus, "Cony" e resolvi aderir.

Rimos.

- Me fale sobre sua famíia. – Ele perguntou.

Parei de rir no mesmo instante.

- Bom, é um assunto complicado... – Disse e ele assentiu.

- Eu não vou dizer que você pode não falar se não quiser, porque eu realmente quero saber. – Ele informa com toda sua cara de pau e eu acabo sorrindo fraco.

- Pode ser na próxima?

- E quem disse que vai haver próxima? – Cerrei os olhos para ele. – Tudo bem, vai haver, mas quero saber agora. Seja o que for, eu estou aqui, sou seu amigo. – Ele segurou minha mão e a acariciou com o polegar.

Suspirei.

- Minha mãe, apesar de enxerida, é muito legal, eu a amo muito. Minha irmã é bem, escandalosa, mas lá no fundo...Bem no fundo eu a amo também. E a sua família?

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