- Medo.
- Medo.
Falamos juntos.
Arregalamos os olhos juntos e fizemos a mesma cara de interrogação.
- Como assim medo? – Tornamos a falar juntos.
-Olha, só esqueça...
- Não, Selenia, nós começamos e agora eu quero que você seja sincera.
- Eu tenho medo de você me deixar sem mais nem menos, sem dizer adeus, sem eu estar preparada, sem eu deixar meu coração pronto pra te esquecer, como meu pai fez.
Abaixei os olhos, encarando meus pés.
Não tinha mais tanta coragem para olhá-lo.
- Eu tenho medo de que você morra, como a Ava. Eu não vou conseguir lidar com outra perda. Eu sei que não. – Ele sussurrou com um pouco de desespero. – Por isso não quero me casar, eu sei que é loucura, mas eu não consigo não relacionar o casamento com tudo que pode vir a acontecer. Eu não vou suportar, Selly, não vou.
Se meu coração pudesse falar com certeza diria "meu Jesus Cristo, tô passado."
Ele se aproximou de mim devagar e rodou os braços em torno da minha cintura.
Me encaixei no espaço restante entre nós, deitando minha cabeça eu seu peito, aspirando seu cheiro.
- Eu não quero sair dos seus braços nunca mais... – Suspirei.
- E como eu vou trabalhar assim? – Ele brincou e trocamos olhares, com aquele brilho famoso que minha avó costumava notar, quando minha mãe lançava ao meu pai.
- Eu posso ser sincero? – Ele me pergunta.
Assinto e ele suspira, beijando meu pescoço lentamente.
- Eu estou apaixonado por você. – Minha boca seca.
- Eu deveria ter dito antes, mas eu fui um babaca insensível e só pensava em como eu me sentia e esqueci de como você se sentia. – Ele pegou minha mão. – Eu vou melhorar, juro – Riu. – Só me dê um pouco de tempo. Mas eu estou completamente, desesperadamente apaixonado por você. Eu te amo. Eu te disse isso bêbado, mas acho que não valeu. – Não me lembrava disso. - E eu não sei se você sente tudo isso, se não sentir eu vou entender, mas enfim... eu só queria...
- Eu também te amo. – Digo o interrompendo. – É claro que eu estou apaixonada por você! – Pulo, o obrigando a me pegar no colo. – Meu Deus você é tão... apaixonante.
- Oh Deus eu estou tão apaixonada, de paixão! – Ele ri e eu o encaro. – Não ria, é que eu guardei isso demais em mim e agora que não é mais segredo eu estou me sentindo até mais leve.
- Mais ? Se bater um vento você já voa, imagina mais leve. – Ele começa a ir em direção ao quarto. – Agora nós vamos nos apaixonar ainda mais, só que na cama. – Ele me deita e se coloca sobre mim.
- Então tudo isso era pra me levar pra cama? – Ele bufou.
- Claro que não, não precisaria tudo aquilo pra te trazer. – Ele sorriu safado e beijou o meio entre meus seios. – Delícia.
- Crixus... – Não consegui evitar o gemido.
Ele desceu os beijos até minha barriga, me fazendo estremecer.
Puxou o short do pijama e agora me tinha apenas de camiseta e calcinha.
Ele beijou o cós da calcinha antes que a tirasse.
- Cause your sex takes me to Paradise... (Porque seu sexo me leva para o paraíso) - Ele canta com os lábios bem perto de...lá.
Sua voz rouca denunciara que ele queria me tocar tanto quanto eu queria que ele me tocasse.
E ele tocou, e ele me amou aquela noite.
Não era só paixão, desejo, luxo.
Era amor e eu tinha certeza.
Não que eu precisasse admitir isso.
***
- Bom dia, luz do dia, minha linda, gostosa, perfeita, maravilhosa, deliciosa, "já disse linda?", do meu coração – Revirei os olhos e ri.
- Se eu soubesse que depois do sexo você ficaria assim, teria feito antes. – Ele me mostra a língua e me abraça forte.
- Eu achei que me arrependeria de fingir que estava doente para você voltar, mas valeu muito a pena. – Eu arregalei os olhos.
- Você estava fingindo?! Seu filho da puta! E eu preocupada...
- É que é tão bom quando você fica preocupada. – Ele fez uma carinha de anjo e eu não consegui conter a risada.
- Seu cretino! Nunca mais acredito em você.
- Nossa que maldade, Você acorda de mal humor depois do sexo. – Ele ri e se levanta.
- Eu estava de bom humor... – Resmungo cruzando os braços.
- Então desfaz esse bico, e descruza esses bracinhos lindos. – Ele pediu e beijou minha testa. – Temos que ir trabalhar.
Ah éh. Puxa. Esqueci disso.
- Você bem que podia me dar uma folga né, chefe.
Ele riu.
- Folgada! Nunca ninguém, nenhuma das funcionarias com quem eu trepei me pediram uma folga.
- É que eu sou única meu amor. (u.u) – rimos .
- Tudo bem, dorme bastante então porque quando eu chegar... Não vai sobrar você pro dia seguinte.
Ele beijou meus lábios e terminou de se vestir com pressa, correndo para fora de casa... da casa dele... Ah foda-se, você entendeu.
Levantei brevemente para tomar café e depois voltei para a linda e maravilhosa cama, liguei a televisão e deixei na maratona Homem-aranha, que eu já havia visto algumas centenas de vezes.
Logo no filme 2 , quando eu já estava quase dormindo, o meu celular toca.
Aperto o botão de desbloquear e percebo que tenho que excluir a foto do meu ex do fundo antes de atender a chamada de Crixus.
- Fala, garanhão. – Brinquei, mas não tive resposta.
- Selenia, eu... ahn... Se arruma e venha pra cá.
- Por... Porque?! Não é mais uma brincadeira não é?
- Eu gostaria que fosse, meu amor. – Ele soa triste. – Eu te amo, tá legal, vem pra cá.
- O que está acontecendo Crixus? Eu estou preocupada.
Me vesti com ele na linha.
- Crixus!
- É melhor eu falar com você aqui. – E desliga.
Ah meu Deus.
Saio da casa na mesma velocidade que ele saiu antes e tropeço em alguns desníveis da calçada por andar displicentemente, mas cair no chão não foi nada, comparado ao que eu senti quando me explicaram o que estava acontecendo.
- Não pode ser...
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Amável
RomanceLovely Crixus Conahan era o melhor dos melhores médicos dos Estados Unidos, residia atualmente em Miway Park. Ele nunca havia perdido nenhum paciente, até ele precisar. Sua esposa, Ava, teve uma doença extremamente perigosa e precisava desesperadam...