O Baby Deles

Capítulo 55 " Voltando"

Miguel

Três dias Depois

Nós perdemos. Nós perdemos nosso menino de novo!

Depois que a Van entrou no cruzamento, perdemos o sinal do chip em Niki.

Jake não voltou para casa naquele dia. Na manhã seguinte ele estava coberto de sangue, e sem dizer palavra alguma, se trancou em seu quarto. Nem mesmo Mike conseguiu fazer ele sair de lá.

Carlos estava quieto como sempre em seu canto, mas obviamente assim que retornamos naquele dia a primeira coisa que fez foi jogar a culpa em mim e se não fosse por menos ele me deu uns belos socos.

Mike ficava no sofá da sala, segurando um dos ursinhos de Niki, enquanto olhava as câmeras de segurança da cidade repetidas vezes.

Já eu... Eu olhei, e re-olhei os filmes do Macqueen no quarto de Niki.

Meu rosto estava inchado pelos socos de Carlos, mas meus olhos ardiam por causa das lágrimas.

A casa estava silenciosa.

Dylan e Felipe tentaram entrar em contato com nos, mas para não os preocupar disse que Niki estava doente e que ficaria em casa por uns dias. Mas eu temia que esses dias se tornassem semanas.

Enquanto olhava o filme, só consegui pensar no que meu pai queria com Niki. Já havíamos cortado laços depois que Diego morreu, então porque agora ele está atrás de Niki? Ele o quer morto? Porque? Já não bastou matar o próprio filho, agora quer matar o neto?

Minha vontade era de invadir a organização e matar todos lá, mas eu não podia. Eu não era forte o suficiente para enfrentar 3 mil soldados, eu não era meu irmão.

Esse pensamento me fez levantar da cama de Niki e ir para a academia. Eu não era, mas eu poderia ser.

Passei o resto da tarde lá.

Quanto a Marina. Ela estava chorando em seu quarto. A parte mais difícil foi contar a ela sobre Niki.

— VOCÊS PROMETERAM CUIDAR DELE! MEU FILHO, MEU FILHO FOI TIRADO DE MIM DE NOVO. PORQUE TUDO TEM QUE ACONTECER NOVAMENTE? ERA PRA VOCÊS ESTAREM PROTEGENDO ELE! – Ela se virou para os gêmeos e disse. – Vocês são uns inúteis.

Estávamos todos quebrados. Nosso baby era nossa luz, Marina estava tão quebrada quanto nos. Ela não pode ver Niki crescer, e agora que poderia passar seus dias com ele, eles foram afastados.

A noite quando desci para a cozinha, ela estava vazia e escura. Era assustador imaginar que antes nos reuníamos na mesa para o jantar, e ouvíamos Niki contar sobre seu dia.

Me assusto ao ligar a luz e ver que Carlos estava lá, olhando o telefone.

— Nós somos a poha dos donos desse país e não conseguimos encontrar nosso menino. – Ele disse, me aproximei para ver o que ele olhava. Era a foto de Niki.

Uma foto do dia em que saímos para tomar sorvete, o qual automaticamente me fez lembrar da dancinha da felicidade.

— Se não tivesse permitido ele sair aquele dia... Nada disso teria acontecido. – Carlos diz, com dor em sua voz.

Eu não tinha como argumentar, ele estava certo. A decisão foi minha. Eu o deixei.

— Tudo isso. É culpa sua!

Carlos nunca teve parâmetros em medir suas palavras, e elas doíam mais do que seus socos.

— Não tínhamos como imaginar que isso...