Eu nunca tinha reparado o quanto a dor era silenciosa.
Eu sempre fui acostumada com barulho e com tudo que fosse avassalador, cresci em um ambiente de brigas, discursões e muito conturbação; e de certa forma, realmente eu sentia dor por aquilo, mas nada se comparava a dor que eu sentia agora.
Alicia sentada no chão encostada na parede do outro lado de seu quarto, se recuperando do momento agonizante, mesmo que a dor ainda estivesse no ambiente só que de maneira mais anestésica...
Enquanto eu a observava do lado escuro, totalmente devastada, destruída e sem solução.
Eu queria esganar Alicia por ter escondido isso.
Eu queria chorar por vê-lá mal. Mas acima de tudo, eu queria abraçar ela e proteger ela de qualquer mal que o mundo tentasse fazer.— Qual estágio? — me forcei a perguntar ignorando a dor em minha garganta
— avançado...
Alicia encostou a cabeça na parede encarando o teto acima de nois duas.
— Vai contar pra tia Lauren?
— Amber... — ela suspirou — não posso, não agora...
— Alicia... — Eu já não tinha mais forças — Ela precisa saber... Isso não é justo, você não pode carregar todo esse peso sozinha... Eu não aceito, não aceito...
mas uma vez minha alma se entregou aquele choro agoniado, Alicia abaixou a cabeça me observando. Eu sabia que tudo aquilo doía mais nela do que em mim...— Ei — ela chamou minha atenção — eu vou continuar com os tratamentos e quando tudo estiver mais estabilizado, eu conto pra ela.
— Não... Não... — balancei a cabeça — e se não se estabilizar?
Alicia gargalhou. Como ela poderia? Diante de toda a dor e sofrimento que ela estava sentindo, como ela ainda se permitia ou conseguia rir tão abertamente... Era uma das razões pela a qual sua alegria sempre foi a mais contagiante e da família.
— Você tá falando com a Alicia Carson — ela sorriu — vou deitar esse câncer na porrada, você verá.
Eu queria poder rir, confiar principalmente no que ela dizia, mas meu coração estava inquieto e eu nunca em toda a minha vida deixaria de me preocupar um só segundo com ela...
— Quanto recebeu o diagnóstico? — perguntei lívida
— A uns 3 meses atrás — respondeu — pouco depois de você chegar do Brasil...
— Você carregou esse fardo todo esse tempo?
— Eu precisava... — ela falou baixo — Parece que é genético já que é um fator que bom... você sabe, meu pai teve.
— Tio Joseph descobriu tarde, nois ainda temos tempo. — Contrariei — E eu não vou deixar você sozinha, ninguém vai...
Alicia me olhou nos olhos, os olhos castanhos tão calorosos, sua pele pálida e o suor brilhando com a luz do abajur ao seu lado.
— Quando eu fiz o exame de rotina e o doutor me olhou com aqueles olhos vazios e tristes, por um segundo pensei que ele ia dizer que eu estava com a anemia ou colesterol alto... — Alicia sorriu — Mas quando ele disse que eu era portadora de Leucemia... Eu achei que, — Alicia bufou
As lágrimas brilhando nos olhos dela. Aquilo sim me doía. Um tiro doeria bem menos.
— Saber do câncer não foi a pior parte, a pior parte foi cogitar como eu contaria que estava portando a mesma doença que matou o meu pai... Como eu poderia Amberly? Como eu poderia olhar pra minha mãe e pra Ana e dizer que... — o choro da loira interrompeu sua fala
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Placar do amor
RomanceAmberly corre atrás dos seus sonhos em outro país deixando o passado pra atrás e ainda frustada com o término e a traição do ex que ficou no Brasil. A garota se vê focada e decidida a esquecer tudo que lembre o ex, inclusive futebol e agora se fixar...